Museu José Olavo Machado recebe obras estruturais e reorganiza espaços internos

Governo Municipal investiu cerca de R$ 80 mil para estimular o turismo. Grupo de turistas em visita ao museu destacou voos entre São Paulo e as Missões

Uma referência histórica e cultural e um dos locais mais procurado pelos turistas, a Casa Ulysses Rodrigues, que abriga o Museu Municipal José Olavo Machado, recebeu obras de requalificação na estrutura física e nos ambientes internos, com a reorganização dos acervos, tornando-o ainda mais atraente para os milhares de visitantes que vem anualmente conhecer a história de Santo Ângelo e das Missões.

O Governo Municipal investiu cerca de R$ 80 mil na pintura interna e externa, restauração das aberturas, resguardando as características originais do prédio do Século 18, construído pelo português José Rodrigues e posteriormente habitado por Ulysses Rodrigues, último intendente e primeiro prefeito de Santo Ângelo. O ambiente interno recebeu luminárias com tecnologia LED, novo mobiliário, painéis e placas expositivas em acrílico.

OBRAS NECESSÁRIAS

O prefeito Jacques Barbosa frisou que a readequação do Museu Municipal era uma necessidade premente em razão das precárias condições do prédio, não garantindo apenas segurança ao acervo histórico e cultural do espaço, mas também aos visitantes. “O investimento faz parte da política da gestão de qualificar os espaços públicos de Santo Ângelo, estimulando a cultura e o turismo, importantes fontes geradoras de emprego e renda. As intervenções foram pontuais para garantir uma estrutura física sem riscos. Agora estamos entregando a população um moderno espaço, preservando suas características originais”, assinalou.

O secretário de Cultura e Esporte, Nader Hassan Awad, destacou investimentos da gestão do município como a implantação do Museu Histórico das Missões, onde funcionava o Centro Administrativo José Alcebíades de Oliveira, investimento de mais de R$ 3 milhões com recursos do Estado, e a modernização do Teatro Antônio Sepp, obra orçada em cerca de R$ 5 milhões, com recursos de Lei de Incentivo à Cultura (LIC/RS).

REORGANIZAÇÃO

Entre as readequações está o acesso principal do museu que passa a ser pela Rua Antônio Manoel e não mais pela Rua Antunes Ribas. De acordo com o servidor público municipal, Douglas Barbosa, da Secretaria de Cultura e Esporte, a mudança facilita o acesso de turistas ao museu que terão acesso direto à recepção, com balcão de informações, seguindo a visitação guiada pela ordem cronológica da história.

Douglas explica que na reorganização, foram adequadas novas salas respeitando os períodos históricos, iniciando pela tempo Pré-Jesuítico-Guarani, passando pelas Missões Jesuítico-Guarani, até o Repovoamento de Santo Ângelo.

MAQUETE

Outra novidade no Museu José Olavo Machado é a exposição permanente de uma nova maquete da Redução de Santo Ângelo Custódio, obra do artista missioneiro Diri, de São Nicolau, construída em pedra grês e madeira, seguindo com fidelidade o Plano de Cabrer. Douglas explica que José Maria Cabrer era o demarcador oficial e foi enviado por Portugal e Espanha para demarcar o território das reduções.

Segundo o servidor, a antiga maquete em exposição, construída em argila, estava bastante desgastada pelo tempo e foi remanejada para a reserva técnica do acervo.

A Deusa Nimba ganhou sala própria. Conforme Douglas, a estátua do Século XVI, em madeira de Guajuvira, com 3,76 quilos, é bem móvel tombada pelo município de Santo Ângelo. O museu abriga um dos cinco exemplares catalogados da deusa no mundo. Duas estão expostas no continente africano e as outras em Paris e Nova Iorque.

Também ganharam ambiente exclusivo acervos das personalidades históricas de Santo Ângelo, como de José Olavo Machado que dá nome ao museu e o médico alemão Peter Wilhelm Gatz.

SALA DE EXPOSIÇÕES

Com a reorganização do ambiente interno, o museu também ganhou uma sala exclusiva para exposições temporárias e está à disposição da comunidade para eventos ligados às manifestações culturais. No momento, o espaço abriga a exposição de Bandeiras Históricas do Brasil e sua evolução ao longo dos séculos.

TURISTAS E AEROPORTO

Estava em visitação ao Museu Municipal José Olavo Machado, no início da tarde de terça-feira, 12, durante a produção da reportagem, um grupo de turistas de São Paulo, capital. Formado por mulheres, em sua maioria aposentadas, o grupo veio para permanecer dez dias na região, iniciando a visita por Santo Ângelo e seguindo roteiro pelos povos missioneiros, até o Paraguai.

Segundo afirmaram, o roteiro pelas Missões foi opção pela facilidade do deslocamento em função dos voos entre Guarulhos (SP) e o Aeroporto Regional Sepé Tiaraju, em Santo Ângelo. A agente de turismo, Tatiane Milbrath que ciceroneava o grupo, revelou que se não houvesse logística de voo entre São Paulo e Santo Ângelo, dificilmente as turistas viriam, em função do tempo de deslocamento por via terrestre.

Texto: Tarso Weber | Fotos: Fernando Gomes

 

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