Acidade de São Borja é amplamente conhecida por seu legado histórico e cultural e por sua constituição na época Missioneira e Jesuítica. Trata-se da civilização mais antiga do estado do Rio Grande do Sul, sendo assim, uma das mais antigas do Brasil. Esta terra possui vida urbana contínua desde o século XVll.
Por também ser conhecida como Terra dos Presidentes, São Borja muitas vezes deixa de ser explorada como parte dos sete povos da missões. O professor Luciano Gattiboni explica que não se trata de um confronto entre os fatos históricos, abordando a importância da temática.
Entrevista com o professor de história Luciano Gattiboni
Com a disponibilidade de recursos do Ministério de Educação por conta do Proext Mec (disponível na época), foi possível a fundação de um projeto em 2013. Estes recursos auxiliaram na criação de uma ação extensiva, onde a verba para formação foi fundamental para a produção de um livro didático que circula nas escolas atualmente. Cada escola recebeu um exemplar. Com isso, o projeto formou 80 professores que o executam nas escolas da rede pública.
Construída ao longo de três séculos, a cidade foi a última entre os Sete Povos das Missões a decretar e reconhecer o seu Sítio Arqueológico. O processo de delimitação da área foi instituído no ano de 2018 junto a câmara de deputados, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional — IPHAN, representado pela arqueóloga Raquel Rech, em parceria com o Ministério Público, Universidades e Institutos locais.
O projeto apresentado na Câmara dos deputados, tem como objetivo criar leis que deem respaldo e assegurem a conservação do Sítio. Acompanhe a abordagem da Arqueóloga Raquel Rech sobre o assunto, no vídeo a seguir:
Entrevista com a arqueóloga Raquel Rech
De acordo com Portal do IPHAN, define-se como “sítio arqueológico” o lugar onde se encontram artefatos; o lugar e os artefatos encontrados neste; o lugar com determinado número de artefatos; apenas o artefato; ou um determinado número de artefatos. Desta forma, os sítios arqueológicos são locais onde especialistas encontram vestígios de vida humana, tais como pinturas rupestres, construções antigas, artefatos, entre outros.
No entanto, não é qualquer lugar com vestígios que é registrado como sítio arqueológico, mas apenas aquele que apresenta significativa importância para compreensão da história da humanidade, em âmbito cultural ou científico.
O artigo 216 da Constituição Federal define que: O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, além de outras formas de acautelamento e preservação.
Descoberta de relíquias históricas
Recentemente, a 42 º franquia das lojas Gang foi inaugurada em um prédio pertencente ao Sítio Arqueológico da cidade. A loja foi instaurada em um prédio histórico construído por jesuítas há 200 anos, espaço característico de vida indígena no passado. Como forma de não descaracterização total do ambiente, algumas partes do subsolo e das paredes da época ficaram expostas.
Detalhes do patrimônio histórico preservado nas paredes da Loja Gang / Imagem: Letícia Licker
Segundo o arquiteto Antônio Pinto, “nessas intervenções se entende que preservar o patrimônio histórico é valorizar a memória de uma comunidade, fortalecendo os laços de identidade entre as suas várias gerações”, afirma.
Detalhes da preservação de algumas relíquias encontradas nas obras / Imagens: roteiro.com
A partir dessa perspectiva arquitetônica rica, expor aquilo que foi construído no passado de forma fidedigna, contribui para que a população reconheça a sua história através das pedras reveladas.
O arquiteto que fundou São Borja, Joseph Brasanelli, era considerado um dos maiores arquitetos da companhia de Jesus, a partir de um estudo denominado “andaluz”, o geógrafo Muriel Pinto destaca: “nós compreendemos que São Borja tem mais potencial turístico e cultural que as cidades de Santo Ângelo e São Miguel, porém não consegue criar uma política para isso”.
Em conversa com a nossa equipe, Muriel fala sobre o valor patrimonial e os processos de identificação do Sítio Arqueológico:
Universidade Federal do Pampa — Jornalismo 2019
Produção Multiplataforma em Jornalismo I — Prof. Dr. Vivian Belochio
Equipe de produção: Adilson Ribas, Eduarda Manzoni, Renan Vilaverde e Leticia Licker.
Fonte Medium - Renan Vilaverde