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23/11/2017 12:46


Otávio Reichert - INTEGRANDO 25/11/2017

Escola nos presídios: Inaugurada em 2015, o Neeja Flávio Gilberto Bley oportuniza melhorias aos apenados, acreditando na ressocialização destes, baseando-se em três eixos: saúde, educação e trabalho. Além do diretor, o professor Ivo R. da Silva, somam-se oito docentes, lecionando para 86 alunos, desde a alfabetização até o Ensino Médio.
Com espaço para 170 pessoas, o Presídio Reg. de Santo Ângelo tem atualmente 280 apenados.
Através do ensino a escola também viabiliza atividades coadjuvantes, citando a deste poeta colunista que, novamente escolhido (3ª vez), para palestrar na sexta-feira, 17 Nov. Para a temática Educação e Valores, contei com a participação de Cláudio Vargas que, também voluntariamente, somou às palestras. Iniciamos com a canção “Valores”, de autoria do amigo Cláudio, a qual foi premiada no 10º Canto Missioneiro.

Livro: Na oportunidade, o diretor Ivo destacou o lançamento do livro “Vozes de um tempo - 3º Vol”, com textos classificados dos apenados no RS. No livro, nove contos são de alunos santo-angelenses, identificados somente pelas letras iniciais do nome. A seguir, reescrevo um deles...

SOBREVIVÊNCIA
     Fui preso aos dezoito anos, não sabia coisa alguma do que era cadeia, não sabia e nem tinha ideia de como funcionava um presidio.
     Lá estava uma porta se abrindo, várias outras pessoas lá dentro, o que seria?
     Seria minha cela, seria minha nova família. Pois é, seria minha nova moradia.
     Muitas regras, muitas coisas eu aprendi. Por um tempo eu sofri, apanhei, levei tapa na cara, mas as regras dos bandidos eu aprendi.
     Quantos anos se passaram e agora aqui estou. Fazendo... fazendo as mesmas coisas que um dia fizeram comigo, ensinando a criminalidade. Isto se chama sobrevivência! E.S.M

Análise: Li a maioria dos textos. Vozes de um tempo, além de abordar seus conflitos, reforça que temos muito a fazer para que, após cumprirem suas penas, estes retornem à sociedade como cidadãos mais preparados. Além de temer perderem a vida enquanto detentos, também sabem da pouca aceitação comunitária ao reconquistarem a liberdade.
Disse-lhes ao final: “Precisam estar triplamente preparados à vida civil: não recair no erro, desvincular-se da vida impregnada de criminalidade, além de superar a estigma de ex-presidiários, que se somam aos demais percalços cotidianos.

Hospício: As narrativas acima levaram-me ao livro Dez Dias em Um Hospício (fim S. XVIII), escrito por Nellie, e que causaram furor na opinião pública dos EUA, elevando-a ao estrelato.
Nellie foi o pseudônimo de Elizabeth C. Seaman, uma jornalista interiorana, grande defensora do trabalho desumano que as mulheres da época sofriam nas fábricas.
Em Nova York, preparou-se praticando expressões na frente do espelho, e registrando-se numa pensão recusou-se a ir para a cama, dizendo ter medo, que eram loucos. Os donos da pensão chamaram a polícia, que a levou até médicos, os quais declararam-na "insana".  E assim adentrou o hospital psiquiátrico para mulheres na Ilha Blackwell, com denúncias de brutalidade e negligência.
Acompanhem o resumo a seguir: A comida era atroz, carne estragada, pão seco e água intragável. Os pacientes mais perigosos eram amarrados uns aos outros com cordas. No geral, obrigavam-nas a ficar sentadas em bancos duros durante o dia inteiro, sem nenhuma proteção contra o frio. Esgoto corria pelo refeitório e pela cozinha. Ratos percorriam os corredores e os quartos. A água para o banho era gelada e jogada sobre a cabeça das pacientes com baldes. As enfermeiras eram abusivas, grosseiras, gritavam, batiam nelas, etc.
No livro, narra que muitas não eram insanas ou loucas, e que foram internadas contra a vontade.

Humor: A cela do português ficava defronte a de um leproso. E via, dia após dia, o leproso cuidando de suas feridas. Até que certo dia caiu um dedo do leproso, que foi atirado pela janela. Uma semana depois, outro dedo, e o leproso atirou-o pela janela. Depois uma orelha, também jogada janela afora. O portuga, então, pediu audiência, e disse:
- Olha, senhor diretor, eu não quero ser chamado de dedo duro, mas o gajo que está na cela em frente à minha está fugindo aos pouquinhos.

Chasque: À Nação Tricolor! Haveremos de conquistar a Libertadores... Dá-lhe GRÊMIO!!!!! 

- E-mail: otavioreichert@gmail.com.
- Telefone: (55) 99118-2080

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