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25/04/2018 16:20


Plano Decenal de Turismo Em Bossoroca

Num esforço da administração local e mais um grupo de pessoas abnegadas foi criado recentemente o Conselho Municipal de Turismo e implantado o Plano Decenal de Turismo em Bossoroca, onde eu tive o prazer de representar a Confraria do Icamaquã e a Barraca Missões, empresa em que eu trabalho.
Foram levantados os pontos fortes e os pontos fracos bem como traçadas algumas metas para essa nova caminhada de 10 anos. 
Chamou-me atenção, no plano, a preocupação inicial em se pleitear recursos nos governos estadual e federal, que é válido, mas antes, eu penso assim, é preciso escolher no conselho as “prioridades iniciais”. Por exemplo, Bossoroca já está fazendo a sua parte no que se refere a cultura, mas não há uma sinergia e nem uma preocupação da região neste sentido e a região precisa ser mobilizada e  “acordar” para o turismo e isto, neste momento, o Conselho Municipal de Turismo pode dar o pontapé inicial. Esta discussão precisa ser reaberta, pois é uma estratégia que ainda está errada no fato de cada município pensar e dirigir ações sozinho. Precisamos mudar a regra fazendo uma nova fusão de forças coletivas entre os municípios principalmente entre aqueles que compõe os 7 povos das Missões e ainda  Santiago. Bossoroca precisa organizar Bossoroca e saber claramente o que Bossoroca pode “comprometer” o visinho para o crescimento harmonizado e cooperado do turismo nestes locais. São Luiz Gonzaga tem o Monumento a Jayme Caetano Braun num interessante complexo turístico que lá criado, nós aqui temos o Monumento Noel Guarany, mas falta ainda o povo de São Miguel das Missões construir a estátua de Cenair Maicá
Não creio que haja uma mudança radical na cultura aqui em nosso município sobre a importância do turismo embora tenhamos, como disse, um grupo abnegado de pessoas que trabalham e desejam ver Bossoroca, a Buena Terra Missioneira, noutro patamar neste sentido. Sem ser bairrista eu entendo que o Conselho Municipal de Turismo de Bossoroca tem o desafio de enfrentar esta questão cultural nesta mudança de comportamento que vem ocorrendo  e incentivar as novas gerações a gostarem mais  do que é nosso e a  não se contaminarem por outras influências externas e  globalizadas, que rouba-lhes a identidade neste mundo consumista, que vem matando as culturas locais nas particularidades e peculiaridades do regionalismo. O Conselho Municipal de Turismo deve cuidar das crianças para que elas vivam, desde cedo, e gostem da nossa cultura de modo que certos fatores externos não as contaminem levando-as ao desinteresse no futuro. 
Outro desafio do Conselho Municipal de Turismo é fazer com que as pessoas cuidem de Bossoroca. Saber, claro, quais são as nossas carências, mas apostar e trabalhar muito mais nas nossas potencialidades, conhecendo e identificando quais são as nossas verdadeiras qualidades, não esquecendo-se dos pequenos detalhes, criar cidadania e um potencial positivo com alternativas sólidas e Bossoroca gostar de Bossoroca. E ter ainda um ponto referencial na Internet. Organizar o que eu chamo de nosso lado bom e ter bem definido o acesso a isto. 
É preciso que seja feito uma espécie de “Guia do Potencial Produtivo e Contatos” (como eram os guias telefônicos há bem pouco tempo) com ampla divulgação em todos os meios de comunicação e rede sociais, deixando bem claro, para os turistas, por exemplo, que em tal local aqui na cidade ou na extensão do nosso município tem quem faz artesanato, quem vende o leite diferenciado, quem tem a melhor carne que pode ser a carne de ovelha, quem faz o melhor doce; que em tal local e momento tais entidades são e estão promovendo a cultura. Agendar o local para os visitantes, conscientizar as pessoas do hotel, dos restaurantes e se faltar local para hospedagem saber, então, quais casas na cidade abrigarão os turistas. É preciso ter um canal objetivo que leve o pessoal a buscar questões práticas.  Ter um local definido onde o turista possa buscar informações. Ter alguém que seja o guia com disponibilidade de tempo para mostrar os pontos atrativos e fazer o relato histórico para os visitantes. E estar preparadas todas estas questões de modo que o turista possa repousar bem, ter uma boa alimentação com algo diferenciado; conhecer a nossa cultura, as nossas origens e a nossa história; contemplar a cidade que deverá estar limpa, bem apresentada e comprar os nossos produtos, pois o turismo precisa ser, lá no fim, também uma fonte que agrega  renda. 
Se vai ter um evento ou se é uma data importante pegando, por exemplo, data de finados é preciso limpar bem todos os cemitérios e concomitantemente fazer com que a  cidade esteja com um bom visual e assim consecutivamente sempre que houver esse e ainda outros  motivos. Quando houver outros eventos culturais ou religiosos é preciso pensar naquilo que mais agrega em torno deles. Ter um ponto inicial e um meio de contato. “Preparar o terreno” sabendo que vai ter um público que vai vir para cá. Ter alguém de plantão. Ver o que o turista quer e se preparar antes para dar a melhor solução e evitar as desculpas. 
É preciso focar em Bossoroca organizando os pormenores e os pontos positivos e ver o que os municípios dos 7 Povos Missioneiros  e Santiago possam melhorar também de modo que os turistas tenham um roteiro atrativo, ou seja, precisamos organizar a casa e envolvermos estes municípios no que tange ao turismo para que haja uma caminhada de sucesso no Plano Decenal.
Quando esta realidade dos pequenos detalhes estiver dominada, então, aí sim, será o momento para se pensar na busca de recursos e projetos maiores, pois é muito melhor, proveitoso e produtivo quando se tem recurso, isto é verdade, mas é preciso primeiro, que sejam cuidados os  detalhes para termos turistas que venham para cá, que sintam-se felizes nas visitas e que, mais do que isto, possam recomendar nosso município e nossa região como uma espécie de referência para que outros turistas venham para cá num hábito e num rodízio permanente de pessoas gerando, pelo turismo, a valorização dos nossos usos e costumes, nossa identidade,  mais progresso e renda. 
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