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COLÔNIA DO SACRAMENTO



    **TODOS OS CAMINHOS LEVAVAM A SACRAMENTO**
    Quando na Corte Portuguesa chegou a notícia das imensas riquezas vagantes pelas planícies do sul, suscitou outras cobiças com novas idéias de conquista e expansionismo. Um novo plano foi concebido.
    Surgiu, então, o famoso e combatido baluarte português, em frente à cidade de Buenos Aires, à margem esquerda do Rio da Prata, denominado colônia Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento chamada somente de Colônia de o Sacramento, fundada por Dom Manoel Lobo, em 20 de janeiro de 1680, uma fortificação.
    Esse posto avançado dos portugueses, erguido repentinamente às vistas da Capital do Vice-Reinado do Prata, era uma provocação ousada e constante, assim como um osso atravessado à garganta dos espanhóis.
    Além do desafio político, ocasionado pelo atrevimento Português nesse arrojado avanço de longa penetração, criou para as autoridades da Espanha os mais sérios problemas de ordem sócio-econômica.
    A colônia estava num ponto estratégico, ponto comercial, contrabando, porta com o velho mundo.
    # **CONFLITO DAS DUAS COROAS**
    A colônia foi invadida em 7 de agosto de 1680, pelo exército Espanhol com 3000 homens.
    Foi por meio de Tratado entre Espanha e Portugal, retornada ao domínio de Portugal em 1683.
    Com a troca do Rei da Espanha comandantes espanhóis tiveram autorização para em 1705, novamente invadir a Colônia e ficar sob os domínios espanhóis e por meio de um tratado chamado de Utrecht em 1713, foi novamente retomada aos domínios dos portugueses.
    Foi 1737, Portugal e Espanha celebram um Tratado de Armistício, porém os conflitos continuaram.
    **A COBIÇA PELA COLÔNIA**
    Como vimos, o Tratado de Tordesilhas impedia os portugueses de avançarem para o Oeste do meridiano que passava por Laguna. Todavia, o Papa Inocêncio XI, pela Bula Rornaní Pontificis, ao criar o Bispado do Rio de Janeiro, em fins do século XVII, deu-lhe como limite austral o Rio da Prata, o que "equivalia - segundo F. Riopardense de Macedo - incluir o futuro do Rio Grande de São Pedro na área portuguesa".
    Talvez fosse a decisão Papal que impelisse os lusos a garantir a posse dessa área, com o posicionamento da Colônia do Sacramento, levantada à margem esquerda do Rio da Prata, que lhe traria muitas vantagens econômicas e sobretudo políticas.
    **TODOS OS CAMINHOS LEVAVAM A COLONIA:**
    O padre Carlos Teschauer assim expressa a inquietação dos espanhóis do Rio da Prata, ante a fundação da Colônia do Sacramento: "Era o albergue de comerciantes pouco escrupulosos e de atrevidos contrabandistas, que com ilícitos tráficos, prejudicavam em grande escala os direitos da alfândega espanhola; e do outro lado a bandeira portuguesa arvorada na margem do Rio da Prata quase em frente de Buenos Aires, asseguravam aos ambiciosos lusitanos a navegação do rio Paraná e Uruguai que, conduzindo ao interior do continente americano, com o andar do tempo deviam tornar-se ricas artérias comerciais para aquela nação que possuísse exclusivamente o direito da navegação".
    Muitas cidades nasceram em função de estar próximo da Colônia de Sacramento.
    **O COMÉRCIO FERVILHANTE DA COLONIA**
    Como vimos no princípio, o poder econômico sempre foi o motor que gerou a energia vivificante das nações em desenvolvimento. Na Colônia do Sacramento já não se comercializava tanto o índio, pois uma nova fonte de renda havia surgido com o couro e o sebo de reses, com larga aceitação nos mercados europeus.
    E disso se aproveitavam os portugueses para negociar com os nativos, que apartavam à vontade da gadaria solta, fruto rendoso desse negócio fácil.
    Basta dizer que só durante o grande cerco da Colônia do Sacramento, em 1705, foram abatidas, para a manutenção das tropas, 184.000 reses, cuja courama fora toda vendida às nações de além-mar.
    Assim, a histórica Colônia do Sacramento, hoje cidade portuária da República do Uruguai, foi pomo de lutas sangrentas por quase um século, entre portugueses e espanhóis, passando de mão em mão por várias ocasiões.
    Durante esse tempo épico, foi construída e reconstruída, conquistada e re-conquistada, custando as duas coroas digladiantes, prejuízos incalculáveis em homens e materiais, cujas despesas somaram cifras estrondosas.
    Tanto a Espanha como Portugal ambicionavam aquele baluarte, pois se tratava do principal porto estratégico e comercial, de grande influência na embocadura do Rio da Prata Era um porto internacional à semelhança de Hong Kong, na Ásia, ou como a atual Zona Franca de Manaus; porém, com liberdade irrestrita, atraindo toda sorte de comerciantes e perigosos aventureiros.
    O contrabando deixou de ser delito de fronteiras, pois estava oficializado pelas autoridades portuguesas.
    **TRATADOS:**
    Os tratados foram se sucedendo.
    A 6 de fevereiro de 1715, o Tratado de Utrechet, firmado com a Espanha, restabelecia na questão de limites "O statu quo ante bellum".
    Em conseqüência, restituía a Portugal a Colônia do Sacramento, que havia sido retomada pelos espanhóis desde 1705, e reconhecia, portanto, a caducidade do Tratado de Tordesilhas. Durante o ano de 1737, Portugal e Espanha celebram um Tratado de Armistício, todavia, na América, prosseguiam os conflitos entre as Colônias de ambas as Coroas.
    FONTES:
    Prof. Beraldo Figueiredo
    FIGUEIREDO, Osorio Santana, História de São Gabriel, Pallotti,1992.
    FORTES, Amir Borges, Compendio de História do Rio Grande do Sul, Sulina, 1962.
    ASSIS BRASIL, Ptolomeu de, Batalha do Caiboaté, Senado Federal, 2005.
    Fonte : Pampa sem Fronteira

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