Tributo a Alma Branca - José Dirceu Dutra

--Sempre a mesma inspiração - na claridade divina - é claro, deus determina - está escrito no evangelho - que algum sábio preto velho - quando na terra viveu - acorrentado cresceu purificando a sua alma - e ao mundo então pede calma - por tudo o que aqui viveu.
--Já nos disse o grande poeta - o mestre Jayme Caetano - que o nosso pai soberano
no ato da criação - não fez uma distinção - entre a pele escura ou clara - ambas são células raras - que formam a humanidade - são sinônimos de igualdade - por sulcos da mesma cara
-- Entre o negro da senzala - e o rico em seu palecete - caminham no mesmo brete - prá os sete palmos de chão - é igual a situação - porque não há diferença - independente da crença - vão seguindo o mesmo deus - na luz dos desejos seus - clamados a onipresença.
-- No suor do seu trabalho - que escorre na pele escura - simbolizam a ternura - para limpeza da terra - sem mágoas, fome ou guerra - pedindo fé, simplesmente - igual a água corrente - que limpa abrindo caminhos - lavando e quebrando espinhos - em descarga transparente.
-- Benditos negros libertos - que um dia foram açoitados - por senhores escravizados - em tempos, já vão distantes - envelheceram seus semblantes - mas não lhe tiraram a luz - há um ponto final na cruz - porque na luta do amor - não mendiga, hoje é doutor - na fé de cristo jesus.
-- A marafa, o sino e o cajado - o seu olhar pensativo - são conselhos incisivos - cheios de espiritualidades - desacorrentam inverdades - pelo soque do pilão - nas suas calejadas mãos - entre o cachimbo e o charuto - lapidando um cerne bruto - na gira da perfeição 
-- Conhecedores das ervas - e a sua manipulação - sábios pela comunhão - em luzes do altar supremo - tolerantes ao extremo - na sua simplicidade - se dedicam a caridade - numa envoltura astuciosa -  reluzindo poderosa - a sua afro santidade
-- São pretos da alma branca - que percorrem o infinito - assobiando o próprio grito - que traduzindo em mensagens - dão vida as suas imagens - clareando a meditação - como a brasa de um tição - que aos poucos vai se apagando - e o "vivente" fica orando - pela grata irradiação. 
Inspiração: José Dirceu Dutra 
            Dia 13 de maio é dia de Preto Velho
Quando relembramos a histórica “Abolição da Escravatura” no Brasil, é comemorado na umbanda o “Dia do Preto Velho”.
Os Pretos Velhos representam o espírito de superação e transcendência de toda a tortura e sofrimento vividos por escravos no passado; quando homens negros eram tratados como objetos de comércio e lucro dos grandes senhores.
Os Pretos Velhos após sucessivas reencarnações transformam-se em espíritos de luz e guias mediúnicos muito eficazes para trabalhar em diversos setores.
Pretos Velhos são espíritos guias de elevada sabedoria, feiticeiros poderosos que dominam a “arte” do uso das ervas para trabalhar medicamentos espirituais e feitiços em diversas áreas.
Espíritos misericordiosos, não costumam deixar de atender aos pedidos de seus filhos, por isso não deixe de entregar suas oferendas com seus pedidos neste dia.

EM DESTAQUE