Certamente produzido nas antigas Missões Jesuíticas de Guaranis. Não há autor, embora a letra se assemelhe ao ductos do P. Tadeu Enis, que foi missionário entre os Guarani e produziu ao menos um mapa conhecido que se encontra na Espanha.
Seu tema principal são os caminhos, assinalados por uma linha vermelha. Partindo do Pueblo de Miguel [San Miguel] o caminho tem um primeira bifurcação na qual um tramo secundário atravessa o rio Urubucaru e vai até o Pueblo de San Juan. Dali parece seguir até o rio Yjui mirí.
O caminho principal segue até uma segunda bifurcação. Um caminho ao Norte segue para San Juan. Outro ao sudeste vai até outra bifurcação. Um caminho segue ao Sul, passando por San Bernardo [Capela ou posto] e terminando em um local nas nascentes de um rio onde há dois locais sem nome [Casas]
O caminho principal segue para Leste passando por lugares chamados San Ignacio Mirî e San Rafeal [Capelas ou postos] e cruzando os rios Guazuy Mirî e Guazuy guazu indo até o Paso del Yyuí [que é o Yyuí mirî]. Ao Sul fica a Tierra de S. Angel.
Após o Paso del Yyuí o caminho cruzar por Santa Maria [Capela ou posto] deixando ao Norte a Estancia de San Luis e chegando a San Pedro [Capela ou posto].
Aqui há nova bifurcação.
Rumo sudeste
O caminho leva a Estancia de S. Miguel que és de S. Luis [área que pode haver sido doada de um Pueblo a outro] e segue até o Passo del Yyui [que é o Yuyi guazu]
Cruzando o passo, o caminho atravessa um de águas de dois rios que desaguam no Yyui guazu, certamente valendo-se de terreno mais alto para conduzir rebanhos.
Saindo do divisor de águas há nova bifurcação.
Para o Norte o caminho segue deixando a Oeste o erval de Santo Thomé e indo se encontrar com o caminho de la Baquería Nueba.
Para o Leste o caminho leva até o Yerbal de S. Miguel, o Yerbal de S. Nicolas, e o Yerbal de S. Lorenzo. Esse último fica nas nascentes do Rio grande que llaman Ygai guazu [Jacuí].
Caminho principal
Da bifurcação em S. Pedro o caminho para o Norte é assinalado como Camino de la Baquería nueba. Cruza um Rio Yacui que deságua no Yyuí guazu. Passa por um lugar chamado de Sui nandi que fica nas nascentes de rios que desaguam no chamado Rio Yacui.
O caminho toma então o rumo nordeste/leste passando por um lugar chamado S. Xavier [Capela ou posto] e cruzando um divisor de águas de rios que caem no Rio Uruguai pitâ ao Norte e do Yyui ao Sul. No meio desse divisor o caminho encontra o CaminO Caminho passa por um lugar chamado Yatabebi desviando das Cabezadas del Uruguay pitâ. Após passar por uma Laguna chega “entrada del Monte”[significa entrada de área de mata]. Antes de sair do Monte há um circulo e um local com uma cruz que parece ter sido apagada. Após este local está a Salida del Monte.
O caminha cruza uma área chamada de Pampa intermedio entre estos dos Montes. Chega então a Segundo del Mote entrada. Cruza então nova área de mata até a Salida del Monte e segue até o Puesto del S. Pedro.
A partir deste ponto, passando por um local chamado S. Felipe o caminho parece seguir pelo amplo divisor de águas da bacia do Uruguay pitâ e do Yguai, fazendo uma suave curva para o sudeste, mas indo na direção principal Oeste. Após S. Felipe há uma cruz que pode ser aquela identificada e apagadoras no primeiro Monte.
Passa por um lugar chamado Curiy Sâcâ e por um local que parece se chamar Puesto el Pe. Lucas terminando então antes de chagar a Sierra, após a qual se encontra o Mar. A sudeste do fim do caminho está o Yerbal de S. Angel.
Ao Norte do caminho há um conjunto de morros chamado de Sierra e ao Sul há também as mesmas formações chamadas Sierra.
Ao observar-se a ampla área que fica entre os rios Uruguay pitâ e o Ygai se vê onde está assinalado Tierra de la Baquería nueva.
Há algumas confusões quanto a hidrografia. O Rio Ygai, que vem a ser o Jacuí, de fato nasce a sudoeste dos Campos de Cima da Serra e corre para o Sul fazendo uma curva à Leste e indo desaguar na Laguna dos Patos. Mas no mapa ele é identificado como Yyui, como se vê no local que está à Leste do Estancia de S. Miguel que es de S. Luis.
Aparecem apenas as Reduções de San Miguel, San Juan e Santo Angel, no canto inferior esquerdo.
O autor do mapa parece desconhecer por completo o Leste do atual Rio Grande do Sul e seu litoral. Não inclui a Laguna dos Patos, havendo apenas dois locais chamados laguna grande junto ao litoral e El Mar.
Em termos cromáticos o mapa é feito com recursos a três cores. Vermelho para os caminhos, verde para as áreas de mata [Montes] e nascentes dos rios, e marrom para os rios.
Por fim, destaca-se a presença de uma Rosa dos Ventos no canto inferior esquerdo do mapa ao seu lado uma Lua, indicando o poente. No canto superior direito, em oposição, estaria o Sol, indicando o Leste, o nascente.
O mapa pode ser de princípios do século XVIII, visto que a Vacaria de los Pinares (Vacaria dos Pinhais) foi criada entre 1700 e 1704, existindo por poucos anos.
É sem dúvida uma peça cartográfica missioneira cujo estudo está em curso no Laboratório H.E.C.A.T.E.U. - História e Cartografia Americana: Território, Espaço e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande FURG. O original se encontra na Biblioteca Nacional - Rio de Janeiro - Brasil.
Extraordinário mapa do século XVIII. Descripción o Mapa de la Vaqueria Nueba
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