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Boleadeira



    Boleadeira é uma espécie de funda, uma arma muito utilizada pelo gaúcho para caçar nas grandes pradarias do pampa Riograndense, Uruguai e Argentina. A boleadeira é composta de bolas metálicas ou pedras arredondadas (bolas ou boleadoras em castelhano) amarradas entre si por cordas tendo em cada uma das extremidades uma das bolas.
    Quer conhecer, aprender como se usa, arremessa uma Boleadeira com um mestre gaúcho de 82 anos, Betão (clique) um missioneiro, de santo Antônio das Missões, peão de nascença e profissão. 
    Lançadas girando sobre si, elas vão ao encontro do alvo, geralmente as pernas de um animal quadrúpede, que leva um tombo na hora, ficando imobilizado. Usada normalmente na captura do gado na campanha, as boleadeiras também foram mais tarde utilizadas na guerra.
    A boleadeira é a herança que as tribos da região do Plata deixaram aos gaúchos. Arma caraterística dos índios Guaranis que viviam nos pampas. Entre todos os utensílios de caça e/ou armas utilizados pelos gaúchos, nenhum é mais característico e mais peculiar que a boleadeira.
    Os espanhóis, e os europeus em geral, desconheciam totalmente o uso da boleadeira ao iniciar a conquista do continente americano.
    Boleadeiras
    Ainda que as investigações arqueológicas permitam afirmar que o uso foi conhecido na Europa, Ásia e África, é evidente que isto aconteceu na pré-história, posteriormente sendo esquecido.
    Na América do Norte e outras regiões da América correu algo parecido; deste modo, com exceção da área compreendida pelo antigo império Inca e suas zonas de influência (Equador, Peru e Bolívia), todos os atuais territórios argentino e uruguaio e a região sul do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
    Imagens do Piquete Farrapos (clique) e utensílios do dia a dia dos gaúchos. 
    Vídeo: Quilombo das Luzia - Vila Treze 
    Vídeo: Nego Betão - Jorge Guedes 
    Vídeo: Nego Betão, Ensina a Usar Boleadeira
    Site: Piquete Farrapos fundado pelo Nego Betão 

  • Sobre

  • TRÊS MARIAS - Jayme Caetano Braun
    &- Velha relíquia gaúcha, De pedras acolheradas, Três chinocas encapadas, Que rasgando um mundo novo, Perpetuaram no retovo, E nas cordas resistentes, As três raças diferentes, Que formaram nosso povo.
    &- Retovada em couro bruto, Nas tabas e tolderias, Nascestes das correrias, De charruas e minuanos, Até que os rudes paisanos, Aprenderam a manejar-te, Te fizeram nobre parte, Dos apetrechos pampeanos. 
    &- Daí  seguiste andarenga, A evolução campesina, Nas lutas da Cisplatina, Nas invasões espanholas, Onde caudilhos pacholas, No fragor das tropelias, Te chamaram Três Marias, Boleadeiras ou par de bolas.
    &- Diz a lenda- que um cacique, Ao voltar de uma peleia, Vendo perto a lua cheia, Que se destapava inteira, Na ingenuidade  campeira, Da supertição charrua, Resolveu domar a lua E atirou-lhe a boleadeira.
    &- Desde então- no céu do pago, Daquelas pedra bravias, Surgiram as Três Marias, No meio dum fogaréu,  tropereando a lo léo, Sempre no rastro da lua, A boleadeira charrua, Nunca mais voltou do céu. 
    &- Essa é a lenda – Mas a história, Desse traste de galpão, É a da própria tradição, Das três pátrias campechanas, As três Querências Hermanas, Traços do mesmo debuxo, Que moldaram o gaúcho, Nas pampas americanas. 
    &- Boleadeira de uma pedra, E mais adeate, de duas, Três Marias dos Charruas, Dos andejos e teatinos, Riograndenses e Platinos, Centauros da mesma glória, Que amanheceram, na história, Boleando os mesmos destinos.
    &- Boleadeira do Rio Grande, Que recebemos de herança, Volto aos tempos de criança, E até lágrimas enxugo,
    Tropeio- Aparto- Refugo, Na sombra do arvoredo, Onde conheci o segredo, Das três pedras de sabugo. 
    &- Muitas vezes te larguei. Saindo meio de enfiada, No rei pastor da manada, Bem sobre o meio das cruz, Ou num lombo de avestruz. Desses que sai corcoveando, Pra rodas- se desasando, Num campo de tacurus.
    &- Mas hoje- eu compreendo, ao ver-te, Dependurada num gancho, Olhando a porta do rancho, E ouvindo o berro dos bois, Que já não temos depois, Chegamos ao fim da lida: -Boleamos tanto na vida e a vida boleou nós dois.

Informações

Boleadeira
Outros, RS
Santo Ântonio das Missões, RS.
Telefone: (55) 3312-9485

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