Maria do Carmo, Santa Missioneira e Profana, da Terra dos Presidentes.

Documentário sobre Maria do Carmo, missioneira e profana
Durante a Guerra do Paraguai (1864-1870) a cidade de São Borja, uma das reduções missioneiras, foi saqueada e desabitada. Depois do término do conflito, muitas pessoas de outras cidades foram viver lá para repovoá-la. Entre elas, uma jovem chamada Maria do Carmo Fagundes, natural de Bagé.
Maria do Carmo era, segundo descrições da época, morena, de cabelos longos, vaidosa, que gostava muito de festas, beber e fumar. Chamava a atenção dos homens pela sua beleza e sempre estava acompanhada por um amante diferente a cada dia, geralmente militar. Por isso era considerada prostituta, mas não vendia o corpo. Ela, na verdade, tinha o que hoje se chama de "ficantes".  Em 27 de agosto de 1890, Maria do Carmo, aos 26 anos, faceira, brincalhona, que amava a vida e a todos, se maquiou, perfumou e foi à última festa de sua vida. Lá ela encontrou vários admiradores e ex-amantes. Um deles, porém, estava cego de ciúmes e de paixão por aquela mulher livre e independente. Mas, quando a procurou, foi rejeitado. Maria do Carmo passou a noite conversando e rindo com os conhecidos. O homem a chama novamente para conversar e ela vai, ai nesse momento ocorre o crime que a transformou em uma lenda. Ela foi esfaqueada , esquartejada e decapitada. Sua carne foi dada de comida a cachorros. 
Seus restos mortais foram encontrados no banhado por moradores próximos, e no local foi cravada uma cruz rústica com o nome dela. 
Apesar de sua reputação, Maria do Carmo era conhecida como uma mulher de bom coração transitava entre todos na cidade do rico ao pobre e sua beleza e simpatia a tudo e a todos contagiava. 
Seu bárbaro assassinato causou grande revolta na população local, e muitas pessoas, na maioria mulheres, passaram a visitar o local, com seus medos e inseguranças, as graças são de humano, como aceitar e orientar se torna o maior apoio. Por muitos um pecado, luxuria, para outros a maior fraqueza humana. Solidão, medo, vaidade, desejos carnais, amor, romance, fidelidade, alegria, fertilidade, suas graças são simplesmente humanas. A devoção aumentou e nos anos 1940 foi construído um túmulo de alvenaria. 
O túmulo de Maria do Carmo é, hoje, um dos pontos turísticos da cidade de São Borja. Muitos devotos visitam o lugar para fazer pedidos e deixar oferendas, geralmente coisas que ela apreciava em vida, como batons, cigarros, batons, fitas e laços. Cercados de rituais profanos e passionais. A crença nos milagres de Maria do Carmo se popularizou e hoje ela é conhecida como a Santa Profana Missioneira, a Santa Prostituta, ou uma Pomba Gira Missões. 
Seu túmulo recebe visitas até mesmo da Argentina, pois são encontrados no local bilhete de agradecimento em espanhol e placas com agradecimentos. É visitado principalmente por mulheres, que pedem casamento, amantes, namorados, proteção aos filhos e pedido de promoções por parte dos militares. Mas, será que ela realiza mesmo milagres? 
Entre relatos populares, há aqueles que dizem que o túmulo é um lugar amaldiçoado. As pessoas temem passar pelo local à noite, e muitos homens afirmaram ter ouvido uma voz feminina chamando por eles, outros dizem escutar risadas e barulhos de garrafas. 
Muitos são os relatos de pessoas que afirmam ter visto uma moça atraente, mas toda ensanguentada vagando pelo local e ao aproximar a figura se desvaneceu diante de seus olhos. Enfim, um grande mistério ronda seu tumulo.
Seus restos foram sepultados em cova raza no cemitério publico da cidade, se deterioraram durante o tempo. O local onde é conhecido como seu tumulo, mapeado e visitado é o lugar onde foi morta, onde seus restos foram descobertos, onde costumam relatar aparições de sua imagem.

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Notícia: Maria do Carmo Fagundes Santa Profana
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