Além da experiência como gestores, também somos consumidores e sabemos que o atendimento é um dos fatores-chave para o sucesso de uma empresa. Sem ele, fatalmente os negócios tendem a se perder em estratégias errôneas, que muitas vezes colocam o cliente em segundo plano, esquecendo que hoje o poder está justamente nas mãos do público.
Participação em feiras, festas e eventos em cidades do interior, aproxima a marca da comunidade, cria laços e fortalece os mercados.
Atualmente, apenas atender bem não basta para fidelizar sua clientela. É preciso garantir o destaque de sua organização no mercado, focando em ações que visem que as pessoas das mais diversas classes , idades e gêneros possam provar seu produto e compartilhar de informações sobre como é produzido e de que formas seu consumo pode ser mais eficaz. Desenvolver e colocar em prática artifícios que priorizem os consumidores estão entre as possibilidades que se mostram promissoras, como por exemplo a participação em eventos comunitários proporcionando a integração empresa/produto com a sociedade.
O bom vendedor/atendente neste processo é fundamental, considerando a capacidade de se colocar no lugar do público, já que este está mais seletivo, consome produtos, serviços e não dispensa um bom atendimento e atenção. Além da qualidade e empatia, exige rápido retorno da empresa quando algo não sai como esperado, transformando a satisfação do consumidor na diferença entre ser a empresa que vende apenas uma vez ou aquela que se torna de confiança e é procurada com frequência. Esse foi o diferencial encontrado pelos amentes do chimarrão durante a 2ª Festa Farroupilha na cidade de Rolador, evento que teve a participação de cerca de 3.000 pessoas , com a presença de autoridades estaduais e regionais e a comunidade missioneira, que compartilharam de um dia agradável com lazer, religiosidade e entretenimento, além da gastronomia típica que foi o ponto alto do evento, além de ter a participação de empresas parceiras como a Ervateira Alto Uruguai, que presenteou o público com produtos de qualidade e atendimento de excelência.
Um pouco da história, pode nos mostrar porque o mate ou chimarrão é tão apreciado aqui na Região das Missões. Desde os primeiros relatos de seu uso pelos indígenas nos rituais, feitos pelo Pe. Montoya, até a sua incorporação aos hábitos espanhóis, decorreram não mais que cem anos. Contudo a extrapolação do consumo da erva para além das fronteiras da Coroa Espanhola aconteceu com maior rapidez. De 1610, ano de chegada dos jesuítas a esta região do continente Americano a 1628, a erva-mate tornou-se um agente importante na expansão de suas próprias fronteiras, alcançando Assunção, no Paraguai, as províncias de Rio da Prata, Tucumán, Chile e Peru. Os Guarani, até onde se conhece, estabeleciam suas relações com a erva a partir de elementos imateriais, sendo esta utilizada como um ‘elo’ entre o mundo material e o espiritual, ou como um elemento que facilitava a comunicação com o sobrenatural. O não índio influenciou e introduziu a utilização da espécie sob outros pretextos e para outros fins. Os guarani pré-coloniais dependiam dos recursos naturais para sua sobrevivência, hábito que se mantém nos dias atuais.
O Pe. Montoya, registrou os efeitos que podiam ser observados nas pessoas a partir do uso da erva. Com sua visão marcada pelo ‘pensamento missioneiro’, relatou seu efeito purgativo e estimulante, enfatizando que lhes afugentava o sono. Talvez tenha sido esse estado de eufórica vigília que espantou, inicialmente, os religiosos fazendo com que condenassem o uso da erva-mate, sem ao menos prová-la. Alguns anos mais tarde e após análises mais criteriosas, o próprio Montoya declarou que muitas eram as virtudes que se atribuíam à erva, além de afugentar o sono, estimulava e favorecia a digestão, reparava as forças, influenciava positivamente no humor e curava várias enfermidades. O consumo da infusão foi aumentando na Coroa Espanhola a partir de pessoas que ocupavam altos postos de governo, como o Tenente Geral do Governador. A influência desses militares era tal que, rapidamente, o “vício do consumo da erva” tomou conta de toda a sociedade.