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09/06/2018 12:25


Touro Fumaça por Mano Lima de João Sampaio

VídeoTouro Fumaça 
Poema João Sampaio BLOG DE POESIAS 
          Mal se fechava o rodeio, e já no primeiro momento se destacou um touro fumaça que atropelava inté o vento. Era um zebu da canela fina que a gente duvida que existe, sempre de cabeça erguida sólito e berrando triste
          E atacando o rodeio num petiço alasão tava um guri de dez anos que era filho do patrão. Piazito criado solto no galpão como xirú, tinha uma estranha atração por esse toro zebu. O toro saiu bufando no meio da cachorrada dando coice e atropelando dereito fundo da invernada.
Gurizito deu de rédia pois gostava do serviço mais quando viu o touro tava já cola do petiço. Não deu tempo pra mais nada, foi uma cornada só e ficou o guri e o petiço tapado de sangue e pó.
          Antes de morrer disse o guri pro pai vendo a desgraça: não quero que vocês matem o touro Fumaça. Levaram com dois laço pra manguera o dito touro pra no dia seguinte venderem pro matadouro. Na manguera em frente as casa onde se dava o velório o touro fumaça berrava no mais tristonho ofertório
          Que noite triste para o cedo enquanto velavam o defunto o touro zebu berrava e a cuscada uivava junto, parecia arrependido e na canga desse pecado. Ele berrava tristemente como chamando o finado inté a lua lá no céu com uma tristeza que encerra iluminava mais o touro do que as outras coisas da terra
          Quase de manha calmou o berro igual um trovão e ficou o silêncio esperniando no velório do galpão. Quando clareo bem o dia algém foi lá na manguera e encontro o toro morto no costado da portera.

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