O sino de 48,5 quilos e 50 centímetros de altura foi construído em 1684, em bronze provocado curiosidade entre pesquisadores da história das missões jesuíticas no Rio Grande do Sul. O artefato religioso pertence à Catedral Metropolitana Imaculada Conceição, de Santa Maria, é a peça mais antiga que se tem registro até hoje no Estado. O sino de 48,5 quilos e 50 centímetros de altura foi construído em 1684, ano em que nem o Rio Grande do Sul ainda havia sido fundado – isso só ocorreria em 1737.
Este mês, o sino fez o professor e pesquisador Edison Hüttner, da Pontifícia Universidade Católica do Estado (PUC-RS) se deslocar até o Coração do Estado para verificar de perto o artefato, que foi retirado da torre da Catedral em 2004 e está exposto no Museu Sacro.
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Coordenador do projeto de Arte Sacra Jesuítico-Guarani da universidade, ele fez medições, pesou, examinou a composição e leu os dizeres cunhados no bronze, que comprovam a data de fabricação, pois o ano de 1684 está grafado em números grandes. De fato, com 333 anos, trata-se da peça missioneira mais antiga que se tem registro, já que a maioria dos objetos, como outros sinos e estátuas, são do século 18.
É uma relíquia da Igreja Católica, que até então não constava nos arquivos do pesquisador, conhecido por percorrer os quatro cantos do Estado em busca de objetos religiosos que pertenceram às reduções dos padres jesuítas que chegaram ao Sul do continente a partir do século 17 para catequizar os índios que habitavam os territórios do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina. Segundo Hüttner, o sino pertenceu à Redução de Santa Maria, na Argentina, numa região vizinha à cidade de São Borja. Essa redução foi inaugurada em 1626.
Na época, era comum escrever o nome da redução no bronze. Nele, o fabricante grafou em latim "Sancta Maria ora pro nobis" (Santa Maria, rogai por nós). O Sino Santa Maria foi fabricado de maneira rudimentar. As marcas desniveladas no metal revelam a falta de equipamentos adequados para fundir o bronze à época.
Além da data e do nome da redução, nele foi desenhado uma cruz missioneira, formada por 21 pequenos losangos de 1,3cm cada. Segundo o pesquisador, não se sabe o significado dos símbolos, que também aparecem em sinos de Missões do Uruguai.
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Vídeo: Sino mais antigo do RS
O sino chegou a Santa Maria em 1812, quando havia no local uma pequena capela de madeira com uma torre. Veio trazido pelos portugueses que, anos antes, haviam saqueado as antigas reduções jesuíticas de Passo de San Lucas. Por ser de bronze, os sinos despertavam interesse dos militares porque poderiam ser derretidos e virar armas. Por isso, a Igreja Católica o manteve guardado por anos, a fim de preservá-lo desse destino. Foi isso que assegurou que o sino se mantivesse intacto por mais de três séculos.
– A Igreja escondia as peças para evitar serem destruídas pelos portugueses, que não queriam manter objetos com marcas das Missões – conta Edison Hüttner.
Relógio
O sino provavelmente foi levado para a pequena povoação de Santa Maria que então se formava no Centro do Estado porque tinha o mesmo nome da localidade. Ele chegou aqui, portanto, 46 anos antes da emancipação de Santa Maria de Cachoeira do Sul.
Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM
O artefato foi instalado, inicialmente, na pequena capela de madeira erguida pelos portugueses em 1798 e, seguindo os pressupostos católicos da época, foi consagrada a Nossa Senhora da Conceição – hoje padroeira de Santa Maria. Há no Museu Sacro um desenho que representaria a capela, mas, conforme Hüttner, possivelmente não se trata da original e, sim, de outro templo construído anos depois.
Em 1912, com a construção da atual Catedral, o sino foi para a torre sul. Ali, por décadas, além de badalar para avisar os fiéis das missas, ele funcionava em conjunto com um relógio mecânico que, a cada meia hora, acionava um mecanismo para indicar as horas. Fonte e fotos Edison Hüttner
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