Intervenção do município na casa de saúde, a qual deveria ocorrer de forma transitória, segue há mais de 20 anos
Com o decreto nº 2.109/2001, a Prefeitura Municipal requisitou transitoriamente os bens e serviços do Hospital São Luiz Gonzaga (HSLG). Na ata da intervenção, foi definido que a diretoria do hospital seria afastada por tempo determinado, até que o funcionamento do hospital fosse viável. Porém, a medida que deveria ser adotada de forma temporária, se estende por mais de duas décadas. A legalidade atual dessa intervenção pautou reunião ocorrida no plenário da Câmara de Vereadores, na quinta-feira (25), com a coordenação do Executivo Municipal.
O encontro teve a participação de lideranças municipais, vereadores, integrantes da administração do HSLG e representantes de entidades e conselhos. O prefeito, Sidney Brondani, explicou o motivo da reunião. “Em 2001, com o hospital fechado e os funcionários em greve, a intervenção do município foi a melhor decisão para manter o atendimento à população. Há algum tempo, o município vem sendo orientado por órgãos de fiscalização do Poder Público para regularizar a situação do hospital, uma vez que as justificativas iniciais para a intervenção não existem mais. Hoje, o hospital está viabilizado e funcionando normalmente, mas ainda pertence à Sociedade Hospitalar São Luiz, a qual possui 155 integrantes”.
A Administração Municipal irá convidar os integrantes dessa sociedade para uma reunião, na qual será exposta a atual situação do município quanto à intervenção do HSLG. A sociedade poderá convocar os associados para discutirem a intervenção e decidirem se desejam ou não, reassumir a administração da casa de saúde. Com o posicionamento oficial – seja negativo ou positivo – a Administração Municipal decidirá junto com a comunidade os próximos passos a serem adotados.
O chefe do Executivo reforçou o compromisso da Administração Municipal com a casa de saúde. “A atual administração do HSLG trabalhou de forma excepcional nesses 20 anos, sob a coordenação da senhora Iria Diedrich e uma equipe muito competente. Na época, existia uma dívida de aproximadamente R$ 35 milhões, a qual atualmente está em torno de R$ 7 milhões, parcelados e pagos regularmente. O HSLG também está com as negativas em dia e apto para receber recursos públicos. A intervenção é uma questão legal que precisa ser resolvida e estamos aqui para dar o primeiro passo. A Prefeitura de São Luiz, as lideranças, entidades, assim como tenho certeza que os prefeitos de outros municípios da nossa região, jamais deixarão de trabalhar em prol do nosso hospital, o qual é regional”, afirmou Brondani.
O presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde (COIS), o prefeito de Bossoroca, José Moacir Fabricio Dutra, informou que o assunto já foi apresentado ao consórcio e destacou que o encaminhamento do Executivo são-luizense tem o apoio do COIS. O presidente também ressaltou que o consórcio seguirá apoiando o hospital, auxiliando no que for necessário para que o serviço de saúde prestado no HSLG siga evoluindo. Após a explanação de autoridades e integrantes da equipe do hospital, o chefe do Executivo informou que irá contatar a Sociedade Hospitalar São Luiz para explicar a situação e obter um posicionamento formal da associação nos próximos meses.