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16/02/2018 09:03


Trago o Sonar de Sete Sinos Missioneiros... por Valter Portalete

Trago o sonar de sete sinos missioneiros, timbre Jesuíta que carrego na garganta... (Coração da Minha Gente – Diego Muller/João Sampaio/Erlon Péricles)
A partir desta sexta-feira Santo Ângelo passará a respirar novamente os ares do nativismo. O lançamento da 11ª edição do Festival Canto Missioneiro da Música Nativa ocorrerá às 19h30min no Museu Municipal José Olavo Machado. Após dez edições, milhares de composições enviadas para seleção dos avaliadores, centenas de apresentações no palco, é importante relembrar e observar o legado do festival para jovens músicos da cidade e região. O grupo Gana Missioneira, Pedro Vargas e Murilo Vargas, são apenas dois exemplos da vivacidade que a música opera através do circuito festivaleiro.
Ainda tenho na lembrança o dia em que, juntamente com o então secretário de Cultura Reinaldo Santos Silva, nos dirigíamos para um encontro de cultura em Porto Alegre, e no trajeto ele falava da execução de um festival nativista, eis que era um projeto de governo, apresentado na eleição municipal de 2004. Na oportunidade dize-lhe apenas que precisava de ‘carta branca’ para iniciar o processo, e assim foi feito. 
A primeira reunião ocorreu na sala do Arquivo Histórico Augusto César Pereira dos Santos, localizado na Secretaria de Cultura. Músicos, representantes da imprensa e comunidade em geral participaram do encontro, entre eles, Claudio Reinke, Hogue Dorneles, Paulo Renato Ziembowski, Rubilar Ferreira, Renato Schor, João Ernesto Castro, e outros. Naquele momento se definia o retorno de Santo Ângelo ao palco dos festivais nativistas do Rio Grande do Sul. Outra reunião foi realizada pelo Secretário Reinaldo Santos Silva, o qual alguns dias depois assumiu a Secretaria de Planejamento, admitindo as funções na cultura o sr. André Kryszczun. o qual, juntamente com o Prefeito Eduardo Loureiro, definiu para coordenação do festival a produtora Gente Gaúcha Produções, através do produtor Jairo Reis.
A experiência do Canto Missioneiro mostrou o acerto na recuperação do espaço perdido por Santo Ângelo, desde que a madrugada deixou saudades em 1989.  Em 2003 uma tentativa, capitaneada pelo cantor Jorge Freitas, buscou a reinserção, mas o Festival Canto dos Livres, apesar do imenso sucesso, pereceu na primeira edição.
Nesta década de Canto Missioneiro, foi possível observar o salto de qualidade nas composições locais, aliado à presença de inúmeros jovens que subiram ao palco, diante de um teatro lotadíssimo em todas as noites. Jovens que aliaram responsabilidade com humildade, sabedores que era o inicio de uma grande jornada, a mesma que levou Jorge Freitas, Leandro Rodrigues e Tiago Quadros ao reconhecimento estadual. Mas o canto missioneiro não é espaço apenas para laboratório de artistas locais. É o espaço para confraternização, encontro, reencontros e semeadura de muitos outros trabalhos. 
Neste momento, fica a expectativa do 11º Canto Missioneiro, e o anseio para que todos que se propõe a edificar a cultura gaúcha, transitando pela seara nativista, jamais se esqueçam de usar os 03 ‘erres’ (respeito pela cultura, respeito pelo artista e respeito pelo povo). Que venha o 11º Canto Missioneiro para nos honrar com as criações musicais, na sonoridade do canto e dos instrumentos, da música mais galponeira a mais intimista. 
Um povo sem conhecimento de sua história e cultura é como uma árvore sem raiz.” 
Walter Spalding 
Fone-wats 055-999971948
portalete123@gmail.com
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