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23/03/2019 18:25


Gaúcha Movimenta R$ 1 Milhão Com Eventos Que Celebram Vinhos Nacionais

          Após um curso de enogastronomia em Roma, Larissa Fin inspirou-se nas feiras italianas de vinhos nacionais e criou a Vinho na Vila.
          Bisneta de italianos e integrante da quarta geração de uma família que produz vinhos, a gaúcha Larissa Fin, 31, cresceu em meio a uma vinícola na interiorana cidade de Santo Ângelo, no RS. Apaixonada pela bebida, a gaúcha decidiu se especializar em enogastronomia em um curso em Roma, capital italiana -- onde acumulou conhecimento sobre a bebida, passeou por feiras locais provando vinhos regionais e teve a ideia do projeto que iria marcar sua entrada no mundo do empreendedorismo: o Vinho na Vila.
           “Entre 2005 a 2007, enquanto estive em Roma, frequentei muitas feiras de vinho e comidas que só ofereciam opções locais. Achava muito bacana a ideia de valorizar a gastronomia regional e pensei que seria interessante se que o Brasil tivesse um evento para valorizar os vinhos nacionais”, diz Larissa.
          De volta ao Brasil, ela pensou na ideia por anos. Enquanto trabalhou na área de marketing de um hotel, Larissa ficou planejando como poderia aplica-la, até mesmo quando mudou-se para São Paulo, em 2016, para lidar com a parte comercial da vinícola familiar. “Percebi que os próprios brasileiros tinham um certo preconceito com os vinhos nacionais, até porque eles são mais caros e menos conhecidos”, afirma a chef, que também começou a dar aulas de gastronomia no SENAC no mesmo período. “Ao participar de uma feira de vinhos brasileiros e importados, em 2016, notei que precisava por minha ideia em prática para mudar essa mentalidade”, completa.
          Finalmente, em maio do ano passado, Larissa arregaçou as mangas e arquitetou a viabilidade do projeto que nomeou de Vinho na Vila. De um lado, recebeu muito apoio de sua família e de especialistas em vinho. De outro, ouvia que uma feira voltada apenas para vinhos nacionais não funcionaria. Mas a empreendedora não se aquietou e organizou a primeira edição do Vinho na Vila em agosto de 2016 no bairro Vila Madalena, em São Paulo – sem nenhum patrocínio.
          Vinho na Vila (Foto: Divulgação)Em cada uma das edições, o Vinho na Vila reúne cerca de 12 vinícolas nacionais (já tiveram produtores de SP, RJ, PR, RS, PE, BA, GO e MG (Foto: Divulgação)
“A primeira edição foi um sucesso. Esperávamos 300 pessoas durante os três dias de duração, mas recebemos cerca de 5.000 visitantes. Foi incrível”, afirma Larissa. Com esse mesmo gás, a empreendedora já organizou mais outras cinco edições do evento – no MIS de São Paulo em novembro do mesmo ano, em Jurerê Internacional (Santa Catarina) em janeiro de 2017, no Rio de Janeiro em maio, outra edição em São Paulo em junho e a última, em julho, em Campos do Jordão.
          Em cada uma das edições, o Vinho na Vila reúne cerca de 12 vinícolas nacionais (já tiveram produtores de SP, RJ, PR, RS, PE, BA, GO e MG), que levam seus rótulos para degustação e venda para um público jovem de 5.000 mil pessoas. “Nosso objetivo é reunir pessoas de 25 a 40 anos porque nossa proposta é ser um evento de vinhos descolado e acessível, sem aquela cara de “chato” e cheio de pessoas que já conhecem tudo sobre vinhos. No Vinho na Vila, ninguém precisa fingir que sabe tudo sobre a bebida; queremos que as pessoas aprendam sobre ela aqui”, afirma a fundadora.
          O ingresso do evento sai, em média, R$ 50 e garante degustações, palestras com sommeliers e especialistas de vinhos, apresentações musicais de jazz e blues, espaço kids e opções de pequenos produtores artesanais de alimentos que harmonizam com a bebida, como queijos, geleias e pães. Durante esse um ano de existência, contabilizando a venda de vinhos e de alimentos e a compra de ingressos, o projeto Vinho na Vila já movimentou cerca de R$ 1 milhão.

           “Agora estamos estudando levar o Vinho na Vila para outras cidades, como Belo Horizonte e alguma capital nordestina. Para este ano, ainda vamos fazer uma celebração de um ano de existência e uma festa de final de ano. Também estamos estudando fazer parcerias com marcas privadas e prefeituras”, diz Larissa, que também pensa em transformar o negócio em uma franquia. Outra proposta da fundadora é criar um evento para que as pessoas possam ter experiências com o vinho, com uma série de atividades.
          “O vinho precisa ser popularizado – principalmente o nacional. Ele não deve ser uma bebida cara, para determinada classe ou idade. Ele pode ser consumido em qualquer lugar, assim como uma cerveja”.
Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios. 
Site: Vinícola FinEmpresa familiar com produção própria de uvas e vinhos.
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