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23/08/2018 11:24


A planta Maria-Mole, por João Antunes

      Além do panorama dourado na beleza que ostenta enfeitando os horizontes, o movimento de seus ramos floridos que bailam graciosamente ao sabor do vento primaveril, berço que acolhe os insetos que zumbem felizes, a Maria-Mole, na sua essência, traz consigo a seiva da morte. 
      Senecio Brasilienses Lees é o nome científico da planta tóxica da Maria-Mole. Ela também é chamada de diversos nomes como Flor das Almas, Flor de Finados, Tasneirinha, Erva Loura, Berneira, Cardo Morto, Catião, Erva-Lanceta, Vassoura Mole, Mal-Me-Quer e Cravo do Campo.
      Em agrupamentos densos na primavera as suas flores amarelas, que são um paraíso para as abelhas donde elas colhem pólen e néctar, trazem um tom radiante todo especial ornamentando o bucólico, as lavouras, as roças abandonadas, as capoeiras, as clareiras de matas, os corredores, as rodovias, os terrenos baldios, à beira dos rios e o silvestre das taperas. Micuins gostam de se hospedar na Maria-Mole.
      É uma planta perene, herbácea e ereta, folhas com a face inferior branca e que tolera bastante a seca. Se reproduz por sementes. Pode medir até 2,5 metros de altura e que possui caule ramoso cilíndricos, estriados, na sua copa onde as flores se apresentam em capítulos amarelos que florescem no mês de outubro e novembro e vai até dezembro. Originária da América Tropical, muito presente nos campos do sul do Brasil, nordeste da Argentina, Uruguai e Paraguai. Também é encontrada na Europa e na África.
      Inúmeros bovinos são mortos anualmente por ingerir essa planta, pois o princípio tóxico da planta faz com que aconteçam necroses no fígado do animal e também lesões nos pulmões levando, muitas vezes e irreversivelmente, a óbito. Pesquisas revelam que a utilização de ovinos em pastoreio com os bovinos pode ajudar no controle desta planta já que os ovinos são mais  resistentes que os bovinos a essa ação tóxica dessa erva.  
      Para o pecuarista a grande preocupação e o desafio é controlar o desenvolvimento da planta e as alternativas podem ser também através de herbicida (que pode poluir o meio ambiente) ou a prática da roçada. 
      Há crenças na medicina popular onde é praticado e sustentado que as folhas secas na Maria-Mole são aproveitadas para resolver problemas de alergias, feridas e queimaduras. 

Facebook = João Carlos Oliveira Antunes
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