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18/11/2020 09:14


Mística, Crônica de Édison Hüttner

         Sol, sol. Noite, noite. Na colina de Taizé, vozes unidas cantam, em muitas línguas, sem parar: veni, sancte spiritus... Adoramus te, o Christe..., sintonizando o amor que o Irmão Roger semeou... Outras manifestações buscam o equilíbrio da mente e do corpo, como yoga e Gestalt-terapia, com pedras aquecidas na base da coluna vertebral e casas equilibradas com harmonias Feng-Shui, com eneagramas de personalidade, método que pratico desde El Escorial, Espanha, meditando com fios de fumaça de sândalo. Isto traz benefícios e indica o caminho à antiga aspiração: como responder à vida?
         Entre luzes e sombras algo grita. É o Clamor do epulão (Lc 16, 19-31). Grita para que nos demos conta do consenso que se diz certo em nossos dias: afasta-te de energias negativas, não te envolvas em conflitos e situações que sugam a própria essência! O correspondente: toma distância de certos lugares, pois ali se ouve o socorro de quem precisa, melhor, muda-te para o vale do "portal de cristal”, lá está a paz, a "conexão”, o contato com a natureza e todas as vibrações do universo. Estes pensamentos arrastam. No passado, legiões de camponeses e guerreiros foram guiados por um princípio fanático: tomar posse de Jerusalém. Quem sabe celebrar a vitória ao lado de partículas do Signum Crucis, como se Jesus estivesse lá parado, esperando para abraçá-los e ser adorado. As "relíquias” de Jesus eram os corpos de muçulmanos e cristãos enterrados no caminho e nos muros de Jerusalém. Mas era possível celebrar, mesmo no deserto, unindo as mãos, alcançariam o espírito da "Última Ceia”, até... Em outras palavras, a linguagem do amor que proferimos em oração, à luz de vitrais de capelas ou diante de um altar, não pode ser diferente da linguagem que utilizamos depois, na mesa da refeição.
         Às vezes acreditamos que a melhor forma para elevar a alma e encontrar a seiva da vida interior é ser como um mestre que anda nas encostas das montanhas, lendo escritos, distante. Não basta. Se o mestre suplicar aos céus e olhar com ternura para a planície estabelecerá entre o céu e a planície uma claraboia brilhante por onde descerão em chamas os cavalos de Elias (2 Rs 2, 11ss.). Andarão ao seu lado, puxando um arado de bronze, conduzindo a fonte de água cristalina do topo da montanha até o vale seco para as mães lavarem as mãozinhas de seus filhos amados. Depois, deixará correr os cavalos nos campos verdes, onde os nativos dizem que contemplam corcéis negros, galopando sobre as águas do rio.
         Existem situações sem saída, no limite da vida. Esse é um caminho: através da nuvem cinza se alcança o azul infinito, a liberdade plena.
         * Em 1997, fui missionário na Amazônia...
Leia a cronica na integra no Jornal Edital Latino América e Caribe
Prof. Édison Hüttner 
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