Boas práticas de manipulação e os cuidados com o meio ambiente, de modo especial com o Rio Uruguai, de onde são coletados a maioria dos peixes em Garruchos, foram temas de capacitação realizada nesta quarta-feira (16/02) com pescadores artesanais do município. A participação na capacitação é requisito para que as 50 famílias beneficiárias do Projeto de Atenção e Preservação à Saúde do Pescador Artesanal (Refrigerar) - coordenado pela Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e executado pela Emater/RS-Ascar - recebam caixas isotérmicas que contribuem com a refrigeração e a qualidade do pescado.
Participaram da capacitação, realizada em formato virtual, pescadores artesanais, extensionistas dos Escritórios Municipal e Regional da Emater/RS-Ascar, representantes da Seapdr, assim como lideranças, entre elas o prefeito de Garruchos, Roland Schatz, o secretário municipal da Agricultura, João Silveira da Rosa, a coordenadora do setor de Pesca, Franciele Nunes, coordenadora do Meio Ambiente, Simone Medeiros e a médica veterinária da Secretaria Municipal de Agricultura, Eliane Burtet Parmegiani.
O analista agropecuário da Seapdr Paulo Paim destacou o propósito do Projeto, que é contribuir com a qualidade do pescado, promoção da segurança alimentar e com a saúde das famílias que vivem da pesca. "Sabemos que são necessárias criatividade e boa vontade para que muitas coisas aconteçam, por isso reconhecemos a importância dos parceiros envolvidos no projeto para entregar as políticas públicas, a exemplo da Colônia de Pescadores Z 29, Emater, Estado e Prefeitura", afirmou, ao lembrar que 697 famílias de pescadores, de 15 municípios gaúchos, receberão caixas isotérmicas com capacidade para 75 litros cada, com a finalidade de evitar que os peixes capturados fiquem expostos à temperatura ambiente durante muito tempo e assim fiquem inadequados ao consumo.
O chefe do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar, Ezequiel Pavelacki, avalia que a capacitação realizada e a distribuição das caixas contribui para manter a tradição e o reconhecimento de que o peixe garruchense possui qualidade, agregando ainda mais segurança e credibilidade ao processo.
O extensionista do Escritório Regional, médico veterinário Jorge João Lunardi destacou a importância de políticas públicas que mesmo com ações simples tornam-se efetivas e importantes para avançar na atividade de pesca artesanal.
O prefeito de Garruchos, por sua vez, enfatizou que toda ajuda é bem-vinda, de modo especial em situações difíceis como da estiagem que atingiu o município e a região. "Estamos muito satisfeitos, o que vier certamente já faz diferença, por isso agradecemos muito a Seapdr e demais parceiros", afirmou Schatz.
As entregas das caixas isotérmicas acontecem entre esta quarta-feira (16/02) e a próxima sexta-feira (18/02), com a organização da distribuição em pequenos grupos, buscando evitar aglomerações em virtude da pandemia da Covid-19. Junto às caixas, os produtores também recebem material que orienta em relação à sua higienização e cuidados para manter a qualidade do pescado.
Boas práticas de manipulação e higiene
Durante a capacitação, a médica veterinária da Secretaria Municipal de Agricultura, Eliana Burtet Parmegiani, destacou cuidados na boa higienização dos alimentos e na evisceração do pescado, medidas importantes para manter a segurança alimentar. Boas práticas de manipulação foram reiteradas, lembrando que os alimentos podem ser fontes transmissoras de microrganismos. Para evitar a contaminação foi destacada a importância do cuidado com as mãos, do uso de água potável e cuidados com a higienização dos instrumentos.
A utilização da caixa isotérmica e de medidas de higiene, segundo Eliane, contribuem para a conservação do alimento e maior tempo de prateleira. "Quanto menos cuidado tivermos, menos tempo vai durar e mais rapidamente pode ter diferença no odor e no sabor dos alimentos", reiterou, ao lembrar que o resfriamento rápido é fundamental no caso do pescado, uma vez que a temperatura é fator preponderante na multiplicação de microrganismos como bactérias, vírus, fungos e leveduras. "Não é só largar o peixe na caixa com gelo, é preciso que esse gelo seja produzido com água potável, filtrada ou fervida", acrescentou.
Os participantes da capacitação também tiveram a oportunidade de acompanhar a fala da bióloga e coordenada do Meio Ambiente, Simone do Nascimento Medeiros, que lembrou sobre os cuidados com a destinação correta do lixo e preservação das águas do rio, essenciais para evitar prejuízos à flora e à fauna, assim como impactos sobre a renda e a saúde dos pescadores.