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10/08/2019 09:41


Otávio Reichert - INTEGRANDO 09/08/2019

      Aventureiro! Segue a narrativa do Leandro (filho), aventurando pelo Rio Negro, e dali adentrando a Colômbia. 2ª parte, continuação de 3 Ago. 2019
     Tribos Indígenas: Naquelas paragens são restritos os itens como café, arroz, óleo, açúcar, macarrão, pois tem alto custo pelo difícil acesso. Como pouco usam dinheiro vivo, fazem com trocas de artesanatos (panelas, vasos e fogões de barro) ou mesmo de alguma caça. O comércio mais próximo fica no vilarejo de San Felipe, a 3 horas de barco, onde 1 kg de arroz chega a custar 10 reais e um creme dental pequeno 12 reais, por exemplo.
     As casas da comunidade são em sua maioria feitas de madeira, com telhado de palha ou de zinco e possuem tamanho grande, no entanto no interior há quase nada de móveis e poucas repartições. Alguns moradores dispões de cama mas a maioria dorme em rede.
     Apesar de faltarem muitos itens que para quem mora na cidade são básicos, a citar chuveiro, televisão, luz elétrica 24 horas, água encanada, celular, fogão a gás, geladeira, etc., percebi que poucas famílias passam dificuldades de alimentação. Apesar de não haver fartura, há o necessário. A escola oferece 3 refeições para as crianças, o que garante que elas tenham uma alimentação saudável e diversificada. Todas as tardes a comunidade se reúne para jogar voleibol e futebol, momento de muita alegria. Outras opções de lazer se resumem a banhar no rio e andar de canoa.
    A receptividade da comunidade é um ponto a ser destacado. Eles ficam muito felizes e até orgulhosos de receber um "turista", como sou chamado por lá. Frequentemente oferecem vinho de açaí ou chibé e convidam para sentar e conversar. São bastante curiosos especialmente sobre valores de itens eletrônicos.
    Roubos e brigas praticamente não ocorrem por lá. Devido a serem evangélicos, também não há bebidas alcoólicas. Este fator se diferencia em algumas comunidades do Alto Rio Negro, onde enfrentam problemas, especialmente no município de São Gabriel da Cachoeira, com grande incidência de indígenas bêbados dormindo pela rua e o índice de suicídio é o mais alto do Brasil.
    Escrevo estas linhas em São Gabriel da Cachoeira, onde retornei para comprar mais mantimentos e combustível e assim seguir viagem para regiões mais distantes que a Galilea, já em território venezuelano. O relato completo da viagem, com detalhes do dia a dia e experiências, incluindo também fotografias, será produzido e lançado em formato de livro digital, primeiramente, podendo ser adquirido de forma eletrônica.
    Acesso por Facebook: DiloneFotografia - Instagram: leandro_reichert - Site: www.dilonefotografia.com
    Poesia: Durante a 8ª Mostra Regional da Saúde, realizada no Anfiteatro Antônio Sepp em 8 de agosto passado, a pedido do presidente do COSEMS, declamei, baseado em fato reais (1940), de minha autoria...

                         Valores
O lavoureiro mais forte comprou as terras do tio...
Que com cheque de dez mil foi ao banco sem demora.
Recebendo o monetário, falou para o bancário:
- Preciso contar de novo? E humilde foi perguntando:
- Será que dá pro ranchinho que há tempos vivo sonhando?

- Não sei! Respondeu o caixa, sem lhe dar muita atenção.
 
Não quero reclamação por dinheiro mal contado.
Deu adeus sem ter resposta, maleta cheia de notas.
Já no rancho em despedida tiveram grande surpresa:
quase o dobro do valor esparramado na mesa.

Honesto acima de tudo voltou na manhã seguinte.
O bancário pouco ouvinte foi dizendo para o tio:
- Deu problema no valor? Escute bem, meu senhor:
“Nem quero saber de quanto, e por favor, vá embora...
Por direito tu terias que ter contado na hora.”

Apesar de tudo isso ao levantar foi gentil!
- Contei dezessete mil; muito mais do que era meu.
Arrogância se desfez: - Posso contar outra vez? ...
Foi valiosa esta doutrina que ganhou notoriedade
hoje ainda visita o tio num ranchinho da cidade!

Humor: Se os índios podem andar pelados, por que eu não posso? Vou procurar meus direitos.

 

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