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Cemitério São João Mirim



    A Revolução de 1923 visava interromper os sucessivos mandatos de Borges de Medeiros, o que terminou ocorrendo no tratado de Pedras Altas ( Ximangos eram todos os que estavam do lado do governo estadual e Maragatos, os revoltosos), em 1923 o levante foi pelos fraudes eleitorais e que garantiam já vinte anos de mandato, como governador do Rio Grande do Sul, em sucessivas reeleições e para Borges de Medeiros. O líder militar era Honório Lemes, chamado também de tropeiro da liberdade ou leão do Caverá era um homem simples mas de grande tino militar. O destaque militar republicano e legalista foi José Antônio Flores da Cunha, que obteve a patente de General e pelo destaque em suas atividades militares. O principal combate desta revolução ocorreu em alegrete, pela tomada da ponte sobre o rio ibirapuitã, foi uma batalha épica e onde se destacaram Flores e Honório. Flores neste combate, perdeu um irmão seu, mas mesmo assim não abandonou suas convicções civilistas e graças a ele a era da degola se encerrou.
    No território onde hoje é Eugenio de Castro, RS, na luta entre Maragatos e Chimangos, teve um período que se tentou negociações de paz reunindo na Região das Missões o General Setembrino de Carvalho  Ministro da Guerra, simpatizante da causa dos Chimangos, queria negociar a paz junto ao General Maragato Honório Lemes, (fazendeiro também chamado de Leão do Caverá) porem o General Chimango Flores da Cunha era contra e acreditava que a vitória estava próxima, deslocasse para impedir esse encontro. O Coronel Democratino Silveira (que havia servido como subalterno do Ministro Setembrino) preparou uma estratégia para enfrentar de surpresa os maragatos comandados pelo Coronel Flores da Cunha. 
    O terreno se afunilava entre dois banhados e Democratino preparou com seus comandados um churrasco no final do caminho para chamar a atenção e espalhou seus soldados dos dois lados entre as moitas e banhados. 
    A Brigada do Oeste comandada por Flores vê um grupo pequeno de revolucionários e comanda a carga de atacar.
    Porem quando os cavalos a galope entram no estreito os homens de Democratino se precipitam e partem para o ataque também e por serem vistos Flores da Cunha recua e dispara a galope sendo perseguido. Democratino só não o matou, pois não era honrado matar um homem pelas costas.
    Os soldados de Flores da Cunha ao assegurar sua passagem abrem fogo com metralhadores ferindo Democratino no estomago e outro tiro lhe esfarela o joelho.
    Batista Lusardo abaixo de tiroteio, no meio do fogo cruzado desmonta, socorre Democratino que se contorcia no chão com as tripas pra fora e sai a galope com o seu nobre comandante na garupa.
    Nesse momento aparece surge o personagem Libindo Pereira Viana, correligionário dos chimangos, homem de grandes, trás um médico que recompões as tripas de Democratino e monta um pequeno hospital para tratar dos feridos, Flores da Cunha ao saber disso vai à casa de Libindo e com todo o respeito pede para ter com o homem que não quis lhe ferir pelas costas.
    Flores da Cunha ao ver Democratino, que estava pálido, de cama e com uma longa barba negra lhe fala “_Então amigo, é nesta situação que venho a te encontrar”?
    “O balaço tremendo que lhe esfarelara o joelho teria consequências posteriores fúnebres, Democratino tratou-se em vão no Brasil e foi levado para o exterior em busca da recuperação que o destino o negaria, vindo a falecer em uma sala de operação em Paris”.
    Naquele tempo a vida era decidida na luta rapidamente no balaço ou ferro branco, poucos homens se preocupavam em aumentar as chances dos feridos em combate, poucos foram os homens que colocarm sua fortuna para auxiliar os que arriscaram a vida.
    Libindo Viana mandou construir o Tumulo principal e o cemitério no Distrito de São João Mirim, Eugenio de Castro, RS, mas sua família escolheu sepulta-lo no cemitério do Empedrado, em Tupanciretã. Homem que foi tão respeitado por todas as forças Maragatos e Chimangos e teve sua participação na Revolta de 1923 em todas as frentes de batalhas, antes e depois da guerra. Bravo na coragem e na constância. 
    Conclusão Roger Jaekel, David Terra do Amaral e Joel Siqueira. Ouvindo as historias que foram passadas de pai para filho na região e lendo o livro de Glauco Carneiro, “Lusardo O Último Caudilho” pag 197 e 198.
    Itamar Israel Machado = Libindo Viana era fazendeiro com a fazenda do Pinheiro onde morava e a Atafona que foram dos meus ancestrais, ambas ali próximas. Ele mandou construir esse cemitério e esse túmulo grande, porém quando ele faleceu, a família resolveu sepulta-lo noutro local, possivelmente no cemitério do Empedrado, em Tupanciretã, que fica alguns Km adiante. Nos anos 60, frequentei muito a casa do meus avós que moravam 500 m desse ponto e convivi com as estórias contadas pelo vô Cardoso e as visitas do seu Libindo Dorneles Viana (libindinho), filho do personagem e na época era homem de 80 anos, meu avô era de 1900.
    Ouvi muito a estória do cemitério pequeno da árvore de São João Mirim, assim como do cemitério Velho -preto, que fica na Fazenda da Atafona.
    Esse túmulo grande foi cedido pelo Seu Libindinho para uso da comunidade. É coletivo, na época diziam que era para os indigentes!! Essa é a verdade!!

  • Sobre

  • Payada.
         Com Bento em mil entreveros, em barbarescos ensaios... Depois contra os paraguaios, em Humaitá e Toneleros andei em Monte Caseros, Paisandu, Peribebuí, Passo da Pátria, Avaí... longe do meu território... E fui ordenança de Osório nos campos de Tuiuti
         Depois, em Noventa e três, na gesta federalista, a pátria a perder de vista, andei peleando outra vez... Sem soldo no fim do mês porque pelear era lindo, as espadas retinindo, chapéu batido na copa, como carneador de tropa nas forças de Gomercindo
         Mais adiante, em Vinte e três, em Vinte e quatro de novo... É o destino do meu povo que assim altivo se fez, a marca da intrepidez deste velho território! Ante o bárbaro ostensório dos lenços rubros e brancos acompanhei os arrancos do velho Flores, e Honório...
         Chimangos e maragatos, farrapos, federalistas caminhadas e conquistas que a história guarda em seus fatos os tauras intemeratos de adaga e pistola à cinta... Não há ninguém que desminta nossa estirpe de raiz que se adonou da matriz nas arrancadas de Trinta
         Jayme Caetano Braun

Informações

Cemitério São João Mirim
Eugênio de Castro, RS
Distrito de São João Mirim
Telefone: (55) 3313-1714

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