“...Quando morre um poeta

Há mais brilho nas estrelas

Mais calor para aquecê-las,

E as noites ficam mais quietas

Cheias de rimas secretas

De sonhos e fantasias

Transformando as poesias

Em tão garboso matiz

E o Céu se faz mais feliz

Por sorver sua energia.”  (Pajada à Morte de Um Poeta)

 

       Os versos do Payador Paulo de Freitas Mendonça traduzem uma realidade sentida a cada vez que um poeta finaliza sua jornada terrena. É a voz do cantor que se cala, a caneta que se aquieta, o instrumento que não mais emitirá pelos toques daquelas mãos a sonoridade dos ritmos. Enfim, um caminho natural para todos os seres vivos, com a diferença que, para os poetas, a vida prosseguirá em suas obras, na voz de uns, na audição de outros.

      A Teóloga Maria Clara Bingemer afirma que “a poesia é a mais gratuita das práxis, é a inspiração, o entusiasmo criador.” Talvez isso explique a grandiosidade da arte que imortaliza, e cujos personagens muitas vezes passam despercebidos na correria do dia-a-dia. A poesia e a música adentram nosso viver diário, trazendo na obra acabada a alegria, contemplação, entusiasmo, sonhos, contos e aventuras. Não mostra as dificuldades, medos, angústias e incertezas daquele que as apresenta.
     Contratantes muitas vezes questionam o valor do cachê, impondo valores, menosprezando o ciclo da criação e as agruras do artista. No momento em que mais um poeta retorna ao ‘verdadeiro lar’, façamos a reflexão não apenas da obra, mas de quem a está expondo e se expondo, para trazer aos nossos dias um pouco mais de alegria.
     Muito obrigado Volmir Martins, por ter contribuído para que muitos, ao te ouvirem, tivessem momentos de alegria e descontração. 

     Verão/2018 

Volmir Martins *16 Ago 1970 + 27 Jan 2018

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