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A CIVILIZAÇÃO INCA



    Império Inca:
    O grande império dos Incas sempre nos surpreenderá com suas construções impressionantes, sua história cheia de lendas e mistérios. Essa foi uma cultura pré-colombiana muito avançada, liderada por 13 incas entre 1438 e 1533. Estendeu-se ao longo da costa do Pacífico e do altiplano andino. Em seu auge, o Império Inca foi a potência regional mais importante do continente.
    1- Existem 2 lendas sobre a origem do império inca. A primeira lenda, relatada por Inca Garcilaso de la Vega, conta que Manco Cápac e Mama Ocllo saíram do lago Titicaca, enviados pelo Deus Sol, para civilizar a população e criar um império em seu nome, assim emigraram para Cusco. A segunda lenda, contada pelos cronistas da história incaica, fala dos irmãos Ayar e diz que o Deus Ticci Viracocha (que significa "Criador do Mundo") enviou seus filhos com suas esposas, que possuíam poderes e habilidades especiais, em busca de terras. Assim, eles se estabeleceram em Cusco.
    2- O império inca foi, do ponto de vista político, uma monarquia absolutista e teocrática. O poder estava centralizado no Inca, considerado de origem divina, o filho do sol. O direito de governar era hereditário; tudo o que o Inca dizia era considerado uma lei suprema.
    3- A base da economia inca era a agricultura. Acredita-se que os sucessos econômicos foram resultado de uma distribuição equitativa de recursos e uma produção agrícola e pecuária abundante. Assim, acredita-se que a erradicação da pobreza e da fome tenha sido alcançada.
    4- O Ayllu era a base da organização social inca; no ayllu, todo trabalho era comunitário, "todos para um e um para todos". Diz-se que eram descendentes de um tronco comum, seja por laços de sangue, território, econômico ou religioso. Esse grupo de pessoas relacionadas tinha um único líder chamado Curaca, uma palavra quéchua que significa "o mais velho". Ele era o elo entre o Estado Inca e o povo (hatunrunas) e era responsável pela organização das tarefas em nível territorial, atuando como conselheiro, juiz e administrador dos bens do ayllu.
    5- A agricultura era adaptada às condições naturais; eles desenvolveram técnicas avançadas, como terraços de cultivo localizados em lugares aparentemente inacessíveis, chamados andenes, para aproveitar as encostas das montanhas. Cada degrau era usado para cultivar vegetais de acordo com suas propriedades e climas. Além disso, eles criaram sistemas engenhosos de irrigação. Utilizaram fertilizantes como peixe decomposto ou guano. Os incas conseguiram domesticar e cultivar cerca de 3000 variedades agrupadas em oito espécies de batata, das quais cerca de 1000 teriam se extinguido atualmente. O milho era adorado pelos incas e esse cereal era sua principal fonte de energia e riqueza. Além da variedade amarela como o sol, os incas domesticaram milhos de outras cores que se adaptavam a diferentes climas e terras.
    6- O Império Inca não tinha uma moeda, sua economia era baseada na troca, nos princípios de reciprocidade (ajuda mútua) e redistribuição (distribuição equitativa). Os incas, assim como outras civilizações que habitavam a América, basearam sua economia principalmente na agricultura, mas também realizavam atividades pecuárias e artesanais.
    7- O sistema de trabalho do Império Inca apresentava as seguintes formas:
    Mita: esse trabalho era usado para realizar um tipo específico de obra, como construção de estradas e edifícios.
    Ayni: consistia em ajudar nos trabalhos dentro do Ayllu ou grupo de pessoas em uma família, com a condição de que essa ajuda fosse retribuída quando necessário. "Hoje por você, amanhã por mim". Eles realizavam tarefas como cultivo da terra, pecuária e construção de moradias.
    Minca: era o trabalho destinado à construção de obras públicas, como pontes, canais de irrigação ou estradas. Todos os membros da comunidade participavam dessas tarefas.
    La Chunga: no império existia um esquadrão de mulheres que ajudava o povo em caso de desastres naturais, o que hoje seria conhecido como "defesa civil".
    8- Os incas não tinham escrita, mas eram mestres em matemática; eles tinham um controle preciso graças ao Qhipu. Em quéchua, a palavra Qhipu basicamente significa "nó" e serviu como registro numérico. Essa foi sua principal ferramenta contábil; de acordo com o que se sabe, dependendo do tipo de nó, sua intensidade e posição, eles expressavam informações diferentes. Os Quipucamayoc eram os únicos especialistas capazes de decifrá-los, eles eram os únicos funcionários do governo inca que sabiam como codificar e decodificar as informações.
    9- A Coya era a esposa principal do Inca e irmã dele. Segundo escritos do cronista Cieza de León, essa era uma tradição de origem divina, baseada no mito de Manco Cápac e Mama Ocllo, que denotava sua origem solar e, portanto, eles deveriam preservar essa pureza de sangue. No caso de o Inca não ter uma irmã, ele deveria recorrer à panaca principal (família formada por toda a descendência de um monarca) e escolher a mulher mais prestigiosa dentro dela.
    10- O Império Inca foi o maior estado pré-colombiano em toda a América. Em sua época de maior expansão, o império alcançou uma extensão de aproximadamente 1.800.000 quilômetros quadrados. Apesar de sua enorme extensão e poder, o império inca não colonizava extensivamente e chegou a ter uma população de 14 milhões de pessoas, aproximadamente 7 habitantes por quilômetro quadrado.
    11- A arquitetura inca se caracterizou por sua solidez, simplicidade e simetria, sempre buscando harmonia com a natureza. Suas construções horizontais feitas de pedra e adobe eram resistentes a terremotos. Suas construções possuem um estilo almofadado que dá uma sensação de suavidade. Sem dúvida, a arquitetura inca é um dos grandes legados dessa civilização que se manteve ao longo do tempo, e a habilidade e destreza desses construtores continuam impressionando engenheiros e arquitetos até hoje. Vale ressaltar que suas técnicas eram autóctones e muitas das construções incas foram feitas com enormes blocos de pedra sobrepostos sem a necessidade de usar algum tipo de cola para fixá-los; a união era tão perfeita que nem uma lâmina poderia passar entre eles. Eles construíram pontes de até 70 metros para enfrentar a geografia acidentada, com um eficiente sistema viário do qual faziam parte. Essas pontes eram construídas com uma série de cabos dispostos ao nível do solo, entre as duas torres localizadas em cada margem do rio. Assim como os cabos laterais, eles eram tensionados e fixados a âncoras, mas depois eram unidos entre si por meio de redes de cordas. As pontes incas permitiam um rápido movimento de pessoas e uma eficiente troca de produtos agrícolas entre diferentes ecossistemas, chegando a incorporar 23.000 quilômetros de estradas, com cerca de 200 pontes nos Andes. Vários cronistas espanhóis afirmam que a maior ponte do império precisava ser completamente reparada a cada dois anos.
    12- A religião estava constantemente presente em todos os aspectos da vida no império dos incas, que buscavam estar em harmonia com a natureza (o sol, a lua, as estrelas e o arco-íris) e divinizavam todos os aspectos do meio ambiente, como rios, montanhas e apus. Os incas eram uma civilização politeísta e recorriam aos deuses para explicar vários fenômenos que os preocupavam. Eles acreditavam na existência de três mundos criados pelo Deus Wiracocha (considerado um dos deuses mais importantes pela civilização inca, pois acreditavam que ele havia criado o universo, o sol, a lua, as estrelas, o tempo e a civilização na Terra):
    Hanan Pacha (mundo celestial ou supra-terrestre): era o mundo celestial e apenas pessoas justas podiam entrar nele. Era representado pelo Condor.
    Kay Pacha (mundo real): era o mundo em que os incas habitavam, o mundo real e terrestre. Era representado pela Puma.
    Uku Pacha (mundo dos mortos): era considerado o mundo dos mortos, onde estavam os não nascidos. As cavernas eram consideradas linhas de comunicação entre este mundo e o terrestre. Era representado pela Serpente.
    13- A morte para os habitantes do Tahuantinsuyo representava uma jornada de uma vida para outra vida. Os incas acreditavam na vida após a morte, por isso enterravam os mortos com seus objetos pessoais. As múmias dos governantes incas eram tratadas como se estivessem vivas; elas tinham servos e eram levadas em procissão nas grandes celebrações.
    14- O Império Inca possuía a maior rede de estradas do mundo: o Qapác Ñan, que significa "caminho do rei" ou "caminho do poderoso"; essa rede de estradas era ainda maior que todo o Império Romano, abrangendo desde o Chile, passando pela Argentina e Bolívia até a Colômbia, através do Equador. Essas rotas substantivas ultrapassavam 30.000 quilômetros de extensão.
    15- Os incas possuíam um sistema de correios por todo o seu território; os encarregados de transportar as encomendas eram conhecidos como chasquis ou mensageiros do império; eles precisavam ter qualidades de um atleta para percorrer até 200 quilômetros em um dia. Eles eram treinados desde pequenos e eram capazes de percorrer grandes distâncias, desde a costa até os Andes, levando mensagens memorizadas, objetos, quipus ou alimentos de uma cidade para outra. Como identificação visual, usavam um penacho no peito e anunciavam sua chegada com um pututo (uma espécie de pequena corneta).
    16- A folha de coca era muito importante e medicinal, era usada pelos amautas ou sábios incas para se comunicar com os deuses andinos. Os incas a utilizavam principalmente das seguintes formas:
    Pelos sacerdotes incas nos rituais como pagamento ou oferenda à Pachamama, para se comunicar com seus deuses e prever o futuro.
    As folhas de coca também eram usadas na troca por outros produtos, como carne, batatas, feijões, vegetais, ou seja, as folhas de coca também faziam parte importante da economia inca.
    Ela era usada como estimulante, especialmente para os Chakis; seu consumo permitia que eles cumprissem seu trabalho e percorressem grandes distâncias sem sentir fadiga.
    17- A justiça inca era severa e respeitada, os ladrões tinham a mão cortada e os mentirosos tinham a língua cortada; existem muitas múmias de ladrões em museus do país (múmias sem mãos). Os prisioneiros de guerra eram chamados de "Los Piñas" e, como forma de castigo, eram levados para a selva para se dedicarem à produção de coca pelo resto da vida. Existiam apenas duas formas de Piñas: prisioneiros por crimes de rebelião contra o Inca e o império, e por nascimento ou sucessão familiar.
    18- As leis dos incas eram principalmente três e visavam à convivência: Ama Sua, Ama Llulla e Ama Quella, que condenavam o roubo, a mentira e a ociosidade.
    19- O idioma oficial dos incas era o Ruma Simi, o atual Quechua. Inicialmente, eles não tinham uma língua própria, apenas dialetos nativos, então adotaram o quéchua como idioma oficial, e foi o Inca Pachacútec quem o impôs como língua oficial. Eles unificaram todos os seus reinos por meio dessa língua e enviavam professores para todas as partes de seu reino com esse propósito.
    20- Eles foram pioneiros no campo de trepanações cranianas, uma cirurgia que atualmente é de alta complexidade, chamada craniotomia. Nas trepanações cranianas, eles removiam parte do crânio do paciente e substituíam por ouro se fosse da classe alta e por cascas de frutas se fosse da classe média-baixa (usavam coca e chicha como anestésico).
    21- Os tecidos incas são considerados os melhores de toda a América, até mesmo melhores do que os da Europa medieval; alguns tecidos contêm cabelos humanos. A tecelagem era um sinal de posição social. Os incas trocavam de vestimenta constantemente. O estado distribuía lã para as famílias produzirem mantas e roupas e elas eram obrigadas a tecer uma manta por ano para o Inca. Os tecidos também eram incluídos em oferendas, atos políticos, militares, econômicos, sociais, etc. Essas peças eram trocadas, incineradas ou "sacrificadas" cerimonialmente.
    22- Durante a guerra contra os Chankas, o império dos incas quase desapareceu, pois os Chankas estavam dominando o conflito, mas quando Pachacútec assumiu o poder, ele restaurou a confiança no exército e conseguiram derrotá-los. Vale ressaltar que, nessa guerra, uma corajosa mulher chamada Chanan Qori Coca também defendeu o Império da invasão Chanka.
    23- O Inti Raymi é a única festa do império dos incas que sobreviveu à inquisição espanhola, e hoje em dia é realizada apenas para fins turísticos.
    24- A cidade de Cusco tinha a forma de uma Puma na época incaica. A cabeça do felino está em uma colina a noroeste da cidade, onde se erguia Sacsayhuamán, uma fortaleza cerimonial com paredes monumentais. Na altura do coração está a praça principal, onde foi construído o Kiswar Kancha, o antigo palácio do Inca Wiracocha. O Qoricancha ou templo do sol está localizado na altura dos genitais do felino. A cidade termina a leste, no distrito de Pumaqchupan, onde os rios Saphy e Tullumayo se encontram, formando a cauda do puma. Devido à sua expansão, atualmente ela perdeu essa forma curiosa.
    25- Quase no final do Tahuantinsuyo, o Inca Huayna Cápac designou Ninan Cuyuchi como herdeiro, mas ambos morreram de alguma doença estranha trazida pelos espanhóis que já estavam no território, e assim começou a guerra pelo poder entre Huáscar (irmão de Ninan) e Atahualpa (filho de uma das esposas de Huayna Cápac).

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