Quando, em 1519, o exíguo pelotão de espanhóis, capitaneado por Fernando Cortez, enveredou pelas gargantas e pelos desertos do México, provocou, de parte dos indígenas, extraordinárias manifestações de respeito e deferência.
Os Astecas veneravam, nos pálidos guerreiros vindo do Levante, os companheiros de Queztalcoatl, deus fundador da raça, senhor do raio e do trovão, misto de homem e bicho.
Jamais tinham visto um cavalo, aqueles ingênuos súditos de Montezuma, e acreditavam que os Espanhóis e suas montarias fossem uma coisa só, gigantescos centauros.
Na América, realmente, até à chegada dos Europeus, o cavalo era totalmente desconhecido, embora isso pareça estranho aos outros povos, habituados, desde milênios, a considerá-lo o companheiro inseparável do homem, em todas suas empresas de guerra e conquista.
Os exploradores Europeus necessitavam dos animais para carregar os seus pertences nas incurções realizadas.
Descendo pela Cordilheira dos Andes em direção ao sul da América os exploradores iam abandonando os cavalos que se machucavam ou que adoeciam.
Obviamente nem todos os animais abandonados morreram e com isso os mesmos sem um predador natural iam se reproduzindo.
Os Indígenas ao encontrarem os primeiros cavalos, achavam que eram monstros e tentavam matá-los, até perceberem que os exploradores os utilizavam como meio de transporte e carga.
A partir daí, com exíme técnica aprenderam a domar o cavalo e assim utilizá-lo como companheiro no transporte e caça, além de auxiliá-los na batalha contra os europeus que tentavam invadir sua região pampeana.
Com o passar do tempo os indígenas se tornaram excelentes cavaleiros.
Por volta de 1580, os cavalos abandonados na região do Prata em 1536, tinham se multiplicado aos milhares.
Tanto que, em 1600, não podiam mais ser contados em suas gigantescas manadas.
Os Pampas do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina estavam povoados de cavalos chimarrões (cimarrones) e o povo que vivia nessa região, unida pela semelhança ambiental, se tornou um povo cavaleiro.