Tudo começa com o índio e suas nações. Tem pessoas que chamam os Charruas e Minuanos de índios das nações guaranis, estão errados os Guaranis eram índios dóceis e conviviam em harmonia com os brancos. Eram aqueles que foram civilizados pelos padres jesuítas nas reduções Jesuíticas.
Já os índios da nação Guenoas eram Charruas e Minuanos.
Os charruas eram bárbaros, indomáveis, não existia comunicação deles com os brancos, para eles os brancos eram invasores e inimigos em qualquer circunstancias por isso foram exterminados, era dado prêmios em dinheiro para quem trouxesse as orelhas ou os testículos de um charrua morto. O maior extermínio de charrua foi no Uruguai.
Já os Minuanos embora difícil de lidar, realizavam escambos com os portugueses, inimigos dos espanhóis, porém não trabalhavam para os brancos, eram independentes e livres.
A nação Guenoa vivia no Pampa, já os guaranis viviam de Laguna para cima, tendo algumas tribos de Carijós dentro do território rio-grandense.
Desta mistura Minuano, português, espanhol e charruas surge o habitante nômade e indolente, vagante, primitivo e livre tendo o pampa aberto. Mais tarde, ladrão de gado, pois para ele o gado era da natureza, abatia, comia e com o couro e a trocava por cachaça, virou contrabandista, pois a Colônia de Sacramento era uma incentivadora destas transações, o gaúcho aumentava a fama de vagabundo e trangressor.
TEORIA DO PRIMEIRO GAÚCHO
Segundo o pesquisador Dr. José de Saldanha dizia: “Já os Minuanos, embora parecidos com os Charruas, negociavam mais com os portugueses do que com os espanhóis, porém quem casou com uma índia Minuana foi o espanhol Dom Miguel Caray, depois chefe supremo dos Minuanos, algumas fontes dizem que Dom Miguel era filho do Velho Zapata. Pois nesta cruza surgem os filhos, dando início a miscigenação, surgindo de forma oficial o primeiro gaúcho”.
ETMOLOGIA:
Existem aproximadamente 50 teorias etmológicas sobre o origem da Palavra Gaúcha, colocarei algumas delas:
1ª Teoria:
Na palavra quéchua (família de línguas originária dos Andes centrais) "huachu", que significa órfão ou vagabundo. Os colonizadores espanhóis adulteraram o termo, passando a se referir aos órfãos como "guachos" e aos vagabundos como gaúchos.
2ª Teoria:
Palavra introduzida pelos espanhóis como versão do vocábulo "chaouch" palavra que em árabe significa pastor de animais, controlador de manadas, também um tipo de chicote “Chaucho”. No sul do Brasil os termos mais comuns são "gaudério" ou "gaúcho".
3ª Teoria:
O professor uruguaio Boaventura Cavaglia afirma que a palavra é originária de “GARROCHA”, espécie de foice que os Minuanos e Charruas usavam para cortar o jarrete (desjarretear) ou perna dos bois para vender o couro e o sebo e, mesmo dos potros, para fazer as botas garrão-de-potro. A palavra ainda foi pronunciada “GARRUCHA”.
4ª Teoria:
Guanches ou Guanchos gentílico dos habitantes das ilhas Canárias na fundação de Montevidéu. Gaúcho foi o Guancho fugido de Montevidéu.
5ª Teoria:
Oriunda da palavra araucana cachu ou “cauchu”.
6ª Teoria:
Os minuanos eram tristes, não riam, choravam muito, como descrito por Saldanha que ao serem visitados por brancos portugueses, os recebiam chorando porque para eles brancos nunca traziam boas notícias. Por isso os minuanos quando em contato com os brancos apreciaram o violão, gostavam de cantar e tocar, raramente se via um minuano com seu cavalo que não trouxesse uma viola e a palavra Ghahú queria dizer “Canto triste”, a palavra “Che”, que no uruguai significa gente, juntando Ghahú-che formava o Canto triste dessa gente, ou seja canto triste do índio. Pois os índios tocavam melodia chorosas, tristes, foi deles que surgiu o vocábulo a música espanta o mal da alma, como diz o provérbio português: “Quem canta seus males espanta”.
7ª Teoria:
Fernando Assunção defende a hipótese da palavra ser de origem francesa “GAUCHE”, pronuncia-se “GÔCCHE” e, significando esquerdo, coisa errada ou que não é direito. “GAÚCHO”, do árabe “GAUCH”, proveniente do persa “GAUCHI”, que quer dizer boizinho, formado de “GAU”, boi, vaca; mais “CHI”, sufixo diminutivo, e, que por sua vez, veio do sânscrito “GAÜH, ( boi, gado vacum); este por seu turno, é oriundo da raiz indo-européia “GWO, GWOW “( GWO – GWOW),boi, vaca. Evoluindo, chegou ao castelhano antigo “CHAUCHO”, com sentido equivalente do árabe “CHAÚCH”, de “CHAUOÚCH”, que significa tropeiro, a par de “GAUCHE”, este que se documentou primeiro ( Sec. XVIII). Foi também, ao que nos parece, a primeira transcrição árabe na forma genitiva, seguindo-se-lhe a nominativa, que prevaleceu “GAUCHO”. ( D. Daniel Granada, Vocabulário Rioplatense Razonado – de d; Emílio Daireaux – Vocabulário Sul-Rio-Grandense de Rui e Zeno Cardoso Nunes).
CONCLUSÃO:
É insolúvel afirmar qual a verdade, sabemos o que é o gaúcho hoje, mas a origem real do nome, ninguém jamais saberá.
A TRANSFORMAÇÃO:
Com a distribuição das sesmarias, que teve inicio em 1732, uma fórmula adotada pelos portugueses para fixar o homem à terra, pela legitimação da propriedade, torna-o defensor do seu território
e suas fronteiras distribuindo terras para estancieiros, vieram a Capela, religião, povoados e os Posteiros e os Mangrulhos, os gaúchos foram se adaptando. O estancieiro passou a ser o líder, o chefe da região, chefe militar, surge o termo Coronel.
APARECEM AS CERCAS ARAMADAS.
Aristides de Moraes Gomes, afirma em sua obra que o arame liso surgiu em 1875, era preto número 7 e faziam cercas com quatro fios, foram os uruguaios que aperfeiçoaram com 6 fios, tramas, porteiras.
Fecham-se as estâncias, abrem-se os corredores. Começa, então, a lenta, mas progressiva decadência do guasca nativo.
Nas décadas de 1930 e 1940, remanescentes dessa primitiva classe rural, ainda podiam ser distinguidos como changueiros, gaudérios, agregados, tropeiros e o gaúcho propriamente dito.
Dizia-se:
CHANGUEIRO aquele que vivia de pequenos trabalhos.
GAUDÉRIO, quem não tinha paradeiro fixo.
AGREGADO, o que morava de graça em campo alheio.
TROPEIRO, o encarregado de tocar tropas de gado.
ANDARILHO: Aquele que se sustentava às custas dos outros. Vivia pelas casas e estâncias, sem ser empregado.
PEÃO DE ESTANCIA: Empregado, por comida, pouso ou salário trabalhava para um patrão.
ESPECIALISTAS: Aqueles que se especializavam numa tarefa e andavam de estância em estância, como esquiladores, alambradores, domadores, gaiteiros, lenhadores, etc.
QUEM ERA AFINAL O GAÚCHO?
Uma simbiose homem-cavalo. Ouvi de muitos antigos que "gaúcho a pé não vale nada". Quer dizer, não existe. Nicolau Oreyus, que viveu dez anos no Rio Grande do Sul, a partir de 1817, também o define como um homem montado: "Sua força é emprestada e procede toda do quadrúpede a que vai associado. O gaúcho a pé é homem ordinário". E Aurélio Porto, um dos nossos mais notáveis historiadores, assim o qualifica:
"É uma espécie de centauro lendário. Homem e cavalo se completam. Se integram".
O campo e o gado geraram o gaúcho. São os rio-grandenses, rio-platenses e índios nativos, filhos das desertas paragens das campanhas do sul.
A tríade era: Homem + cavalo + gado = gaúcho
GAÚCHO ATUAL:
Com o tempo o termo foi perdendo o sentido pejorativo, até porque os andarilhos foram se exterminando já que só tinham os corredores, aquietaram-se num canto com uma prenda, veio os filhos, a família e a transformação se completou. Hoje ser gaúcho é motivo de orgulho, até porque nossa história é feita de luta e guerras e onde tem guerra tem heróis.
Fontes:
REVERBEL, Carlos. O GAÚCHO,LPM.
LOPES NETO, J. Simões. Contos Gauchescos.
FIGUEIREDO, Osorio Santana, História de São Gabriel,
PORTO AURÉLIO, Gaúcho e a sua etmologia, Revista do Cruzeiro
FELDE, Alberto Zum. El gaucho (em espanhol).
A nação Guenoa vivia no Pampa, já os guaranis viviam de Laguna para cima, tendo algumas tribos de Carijós dentro do território rio-grandense.
GAÚCHO E SUA ORIGEM:
Outros, RS