Ouvindo causos gauchescos, das inúmeras disputas e revoltas que nosso povo foi gerado, encontramos um ritual que nos chama a atenção.
Como se faz um fantasma?
Quando um homem era morto na busca por vingança, ou quando vitima de covardia ou blasfêmia, sua família impotente gostaria de vinga-lo ou por vários motivos que possa haver para que o morto siga quem o matou assombrando-o ou nos sonhos era costume que a vitima fosse enterrada de bruços e com uma moeda na boca.
Essa era uma espécie de vingança ao assassino ou motivo para execrar, enfeitiçar o lugar. O morto seria transformado em fantasma até a moeda ser retirada de sua boca pela pessoa envolvida.
O enterro de bruços em várias culturas é uma forma de humilhação, de costas para o céu, mas o fato da moeda se colocada na boca, interliga ao assassino ou local da batalha.
Todo este folclore sobre, pragas e maldições vem fortalecer o fato que a alma do morto não encontra descanso e eternamente irá vagar até a moeda ser retirada de seu cadáver ou quando decomposto, for encontrada e voltar a rolar de mão em mão.
Destacamos o exemplo de Artur Arão e o depoimento de Cecilio Joel Carneiro de Siqueira, estudioso e admirador da vida e literatura deste missioneiro que viveu no século passado e foi revolucionário, bandido e herói.
Caso curioso foi ter matado um que o delatou e a família deste enterrado-o no mesmo lugar, de bruços e com uma moeda de prata na boca. Esse morto passou a assombrá-lo e ele sabia que quando fosse até o local desenterrá-lo estariam lá de tocaia para matá-lo. Numa tenebrosa noite de chuva cumpriu o fado. Desenterrou o morto, tirou-lhe da boca a moeda de prata e foi para o primeiro bolicho beber cachaça.
Artur Arão não suportava traidores e delatores. Matava todos. Quando ia atrás de um desafeto, dizia que o fulano já estava morto, era apenas um verme que rastejava na terra.
Foi tropeiro, serviu sob o comando do seu pai na Revolução de 23 e tomou parte em combates brutais nos entrechoque pelo Estado nas estrepolias que se seguiram. Não alcançou a Coluna Prestes onde queria fazer parte e dirigiu-se ao Paraguai onde serviu como Capitão, "El Capitan de hierro". Enfim, são tantas histórias para um homem só marcado pelo destino que soube eu ter morrido sob a faca traiçoeira de um adolescente de 16 anos em 11 de novembro no Paraná após ter cumprido pena pelos seus delitos mais de ordem militar que pela justiça pública.
Os Vikings pagãos podem não ter aceitado aqueles que se converteram ao cristianismo e enterraram seus corpos de bruços para mostrar a sua aversão à mudança, de acordo com Arcini. Ela também lembra que freiras que saíam da linha e mulheres condenadas como bruxas eram também enterradas de bruços. [National Geographic]
Site: Artur Arão o Bandoleiro do Riogrande;
Site: Quem foi Artur Arão?
Site: O Delator de Artur Arão;
Site: Morte de Pedro Arão Pai de Artur Arão;
Vídeo: O Dia que Artur Arão Não Morreu - Cristiano Quevedo
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