"Monumento ao Índio Sepé Tiaraju". A obra foi desenhada por Léo Rockembach, deveria ser construída pelo escultor Valentin Von Adamovich, em 1960 esculpido em pedra grês, medindo cerca de 6 metros de altura. Porém, a enfermidade de Adamovich não permitiu que o projeto fosse efetivado.
Junto ao Museu Municipal é possível encontrar a escultura um índio com uma lança nas mãos. A imagem inacabada era parte do projeto. A figura em tamanho natural transmite em sua feição um certo ar de sofrimento, ela transpõe a dor que fazia parte do cotidiano do artista naquele momento.
A morte de Adamovich em 1961 impediu que o artista realizasse mais essa obra. O Monumento ao Índio Sepé Tiaraju que encontramos hoje em frente ao Teatro Municipal Antônio Sepp, é outro projeto executado pelo artista santo-angelense Olindo Donadel.
A obra em si compreende três imagens, no alto Sepé Tiaraju e logo mais abaixo uma família Guarani, esculpida na década de 1960, em pedra grês e arenito rosa de autoria do escultor santo-angelense Olindo Donadel. Encontra-se sobre uma base de pedras e outra de concreto, com duas placas de bronze, uma com a inscrição na frente e outra ao lado.
O monumento é uma homenagem aos índios missioneiros em especial a Sepé Tiaraju, pelo seu heroísmo e resistência durante a Guerra Guaranítica (1754 – 1756), que morreu lutando pelo direito de permanecerem nas terras missioneiras, na região que hoje faz parte do Rio Grande do Sul.
Sepé Tiaraju foi um chefe indígena dos Sete Povos das Missões Orientais do Uruguai (território hoje integrado ao estado do Rio Grande do Sul) que virou herói para seu povo. Em 1750, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Madri, pelo qual Portugal cederia a Colônia do Sacramento (fundada pelos portugueses onde hoje é o Uruguai) à Espanha em troca da região dos Sete Povos. Para concretizar o acordo, os povos guaranis deveriam abandonar as sete aldeias da margem oriental do rio Uruguai.
Induzidos pelos jesuítas, os índios não aceitaram o tratado, e pegaram em armas para defender suas terras. Teve início, assim, a Guerra Guaranítica, que opôs os nativos a tropas espanholas e portuguesas.
O chefe indígena Sepé Tiaraju, líder das forças missioneiras, tinha sido alferes do exército espanhol. Estava habituado ao convívio com os europeus. Seu nome cristão era José. Ele sabia ler e escrever, possuía treinamento militar e exercia grande influência sobre os comandados.
Os guaranis foram conseguindo muitas vitórias, mas no final de 1755 a maré da guerra começou a mudar. A 7 de fevereiro de 1756, após uma série de derrotas, cerca de 1.500 guaranis foram dizimados na batalha de Caiboaté (nas proximidades da cidade gaúcha de São Gabriel). Sepé Tiaraju morreu em combate. A partir desse momento, história e lenda se confundem. O capitão indígena se tornou herói popular. Sua obstinada resistência foi sintetizada numa frase que, provavelmente, ele nunca pronunciou: “Esta terra tem dono”.
Como o corpo do bravo guerreiro não foi encontrado no campo de batalha, espalhou-se a crença de que ele subira aos céus. Surgiu, assim, a veneração a São Sepé, um santo não reconhecido pela Igreja Católica, mas que dá nome a um município do Rio Grande do Sul.
Monumento ao Sepé Tiaraju
Santo Ângelo, RS
Avenida Brasil, em frente ao Teatro Municipal Antônio Sepp.
Telefone: (55) 3312-9485