Vendas da Indústria, Atacado e Varejo registram variação positiva pela segunda quinzena consecutiva, aponta Boletim da Receita Estadual
A Receita Estadual publicou hoje (26/8) a 22ª edição do boletim sobre os impactos da Covid-19 nas movimentações econômicas dos contribuintes de ICMS do Estado. As análises indicam variação positiva nas vendas da Indústria, do Atacado e do Varejo pela segunda quinzena consecutiva, em comparação a períodos equivalentes de 2019, refletindo o movimento de retomada das atividades. A publicação com os principais indicadores econômico-fiscais do Rio Grande do Sul está disponível no site da Secretaria da Fazenda e no Receita Dados (portal de transparência da Receita Estadual).
A Indústria apresentou indicador de +12,5% entre 8 e 21 de agosto. Essa é a quarta quinzena seguida de variação positiva na atividade. Entre os 19 setores industriais analisados, a quantidade de “ganhadores” (cuja variação é positiva comparando com a quinzena equivalente do ano anterior) foi de 17, restando apenas dois setores com variações negativas – melhor cenário desde o início da crise. Entretanto, no acumulado do período de análise do Boletim, entre 16 de março e 21 de agosto, a atividade industrial ainda acumula queda de -6,6%.
O Atacado manteve mais uma vez patamares positivos, com índice de +3,0%. Os principais destaques da quinzena foram os setores de “Material de Construção” (+40,7%), “Metalmecânico” (+17,6%) e “Insumos Agropecuários” (+16,0%). Com isso, o segmento atacadista tem ganho acumulado de +3,5% desde o início da pandemia.
A atividade varejista, por sua vez, registrou indicador interanual positivo pela segunda quinzena consecutiva. A variação de +4,0% foi a melhor desde o início das análises. Os setores que mais contribuíram para a alta da atividade foram de “Lojas de Departamento e Magazines” (+39,4%), “Eletroeletrônicos” (+25,0%), “Material de Construção” (+19,7%) e “Supermercados” (+18,7). No acumulado, o Varejo ainda apura queda de -9,6%.
Outro indicador importante de retomada é a emissão de Notas Eletrônicas (NF-e + NFC-e), que registrou variação positiva pela terceira quinzena consecutiva frente a períodos equivalentes de 2019. O aumento de +7,8% na última quinzena (8 a 21 de agosto) é o melhor resultado desde o início das análises, em março. O pior resultado do indicador ocorreu no início de abril, com -18,7% de variação. No acumulado (16 de março a 21 de agosto), a redução é de -4,6%, ou seja, cerca de R$ 90 milhões deixaram de ser movimentados, em operações registradas nas notas eletrônicas, a cada dia.
Arrecadação parcial do ICMS de agosto indica crescimento frente a 2019
A visão parcial da arrecadação de ICMS em agosto, até o dia 15 do mês, corrobora o cenário de recuperação, indicando crescimento de +2,9% (R$ 60 milhões) frente ao mesmo período de 2019. Dessa forma, a arrecadação acumulada no ano agora é de R$ 21,29 bilhões - uma queda de R$ 1,46 bilhão em relação ao mesmo período do ano anterior (-6,4%). “O desempenho em agosto já está mais próximo do padrão que vínhamos verificando antes da crise. No primeiro trimestre do ano, por exemplo, registramos crescimento de +3,5% frente a 2019, em números atualizados pelo IPCA”, salienta Ricardo Neves Pereira, subsecretário da Receita Estadual.
O resultado interrompe, até o momento, uma sequência de cinco meses de quedas. A chegada da Covid-19 começou a impactar o desempenho da arrecadação de ICMS já no final de março, ainda timidamente, fechando o mês com queda de -0,3%, o que não impediu o resultado positivo do trimestre. Em abril, entretanto, o impacto foi significativo: -14,8% (R$ 450 milhões). A situação agravou-se ainda mais em maio, com queda de -28,6% (R$ 825 milhões). Em junho, por sua vez, a arrecadação começou a mostrar sinais de recuperação, reduzindo o percentual de queda para -13,9% (R$ 400 milhões). Esse movimento foi acentuado em julho, com queda de -5,3% (R$ 150 milhões), e agora volta a dar sinais positivos em agosto.
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