O Brasil a limpo: Poeta falando em política? Raras vezes me atrevo a tal, mas fi-lo após a leitura de “O Drama Nacional no Oscar”, inserida na Revista Veja Nº 2670, de 22 Jan. 2020.
O atual governo prometeu passar o Brasil a limpo, e a maioria dos cidadãos entrou nessa utopia. Supõe-se que este projeto tenha iniciado em 2016, quando a Presidente Dilma foi deposta e Michel Temer assumiu. Na sua gestão de dois anos bem que tentou, e conseguiu, condenar algumas empresas e “autoridades” corruptas. Foi essa onda que contribuiu para que Bolsonaro vencesse as eleições. Paremos por aqui, para adentrar assunto paralelo.
O documentário Democracia em Vertigem, com autoria principal da cineasta mineira Petra Costa, foi classificado em Hollywood, e estará concorrendo entre as finalistas no dia 9 de fevereiro próximo. Ao enredo principal do filme está o “injusto” Impeachment que depôs Dilma, que implicitamente somou fragilizou o governo PT.
Filmes à parte, há que se concordar que melhoramos bastante, mas parece que quanto mais se aprofundam nas investigações, mais corruptos aparecem, muitos deles políticos atuais, em alguns casos, envolvendo pessoas de confiança do governo Bolsonaro, incluindo até sua prole.
Disse um compadre meu que faz tempo não assiste jornal, e que assim sofre menos com estresse por desconhecer as inúmeras mazelas, roubos e problemas sociais. Em parte dou-lhe razão, pois 90% das notícias veiculadas têm cunho negativo, restando 10% para conquistas e ações positivas.
O passarinho - Vida e morte: Um domingo bonito, sol e calor, mesmo ainda 9h. Hora do chimarrão domingueiro que, o mais das vezes, saboreamos aos fundos do Recanto da Felicidade, onde resido. No terreno vizinho, junto à tela, se destaca linda touceira de taquaras, onde até Joões-de-barro se divertem. Pois foi das taquareiras um cardeal desceu até o gramado, enquanto seu par ficou no alto. O que desceu foi imprudente e, em fração de segundos perderia sua vida terrena, que melhor explico.
O cardeal desceu ao solo no gramado do campinho de futebol, junto à barranca divisória. Cantarolava convidando o par a vir com ele, mas quem veio por trás, e ele distraído não percebeu, foram os dois guardas do Recanto: o Lobinho e o Nutella. Ainda tentou alçar voo, porém a tempo de se livrar do "bote" do vira-lata, que o abocanhou de supetão. Ele até cumpriu a ordem do "Solta, Lobinho!" e saiu de lado, sabendo que agira mal.
Ainda vivo estava quando o pegamos. Deu pena ver o outro cardeal que, angustiado, saltitava pelos galhos e telas, tentando auxiliar seu par, o qual tentava se agitava no solo. De imediato foi socorrido por carinhosas mãos, tentando reanimá-lo com água da piscina.
- O coração dele está batendo!
Por pouco tempo, pois aos poucos o corpo desfaleceu e toda sua imponência, realçada pela crista vermelha, tornou-se inércia e tristeza.
Repensando a vida, o coração de poeta buscava entender um pouco mais da vida, desta vez pela morte de um simples passarinho. Fotografei o corpo, memorizando n’alma um domingo diferente. Ao cardeal foi o fim de uma fase, pois também estes devem ter vida espiritual. Ao cardeal que ficou a lamentar, questiono quanto tempo levaria o luto até novamente ser feliz.
Chasque: Ao empresário Valdomiro, da Movitec, que sabiamente fala: “Precisamos trabalhar para ganhar o pão, independente de quem está no governo.”
Humor: O candidato em seu discurso: - Se eu ganhar essas eleições, prometo que os cidadãos só vão trabalhar por 6 meses no ano.
Eis que um sujeito insatisfeito reclama: - Mas o senhor não vai falar das férias?