Viagem (parte 1): Para a Argentina e Chile, embarcado num caminhão. Vou designar o motorista como “parente”, pois assim fui denominado pelos colegas caminhoneiros.
Cansaços e desconfortos? Superados pela grandiosa aventura, pelo aprendizado. Ha, se valeu!
Foram, ao todo, 7.810 km. Embarquei (13 Jan. 2019) no posto de combustíveis junto ao trevo de Entre-Ijuís, local autorizado para parada, pois a carga é rastreada por empresa contratada. Com 25 toneladas de carne de gado, o destino era Santiago do Chile.
Mesmo tendo digitado num teclado (do rastreador) a parada para higiene, e avisado do reinício de viagem, logo a seguir o sistema avisou, em voz feminina com TPM: - Atenção! Este veículo vai ser bloqueado! O desbloqueio não depende do motorista!
Para surpresa somente minha, o motor foi desligado menos de minuto depois, feito via satélite. Foi logo depois do trevo de acesso ao Parque das Fontes, local com acostamento estreito. Por uns quinze minutos o parente ficou digitando suas credenciais até se dar o desbloqueio, sinalizado no painel do veículo. Visa coibir roubos, porém mais ainda controlar o deslocamento, pois registra velocidade, paradas e horários em todo o percurso da carga.
Pernoitamos no caminhão junto ao Posto Cavalhada (da rede 44) com banheiro perfumado, o que pouco acontece no Brasil, e bem raro nos países vizinhos. Como dormimos? Eu com a cabeça atrás do banco do motorista, ele ao contrário, colocando os pés no assento do motorista. Com o banco do carona rebatido (adaptado) se faz boa cama, este desconfortável (reto) como encosto para sentar. Amenizei a dor nas costas com uso de travesseiro.
Depois de carimbar a saída do Brasil e burocracias para adentrar na Argentina, feitas por despachantes contratados e taxas aduaneiras, pelas 15h reiniciamos a viagem, mostrando grandes alagamentos de campos, moradas e cidades. Fomos dormir à meia noite, levantando às 5h. com fogareiro, geladeira e utensílios, fizemos o café, e logo depois pé na estrada! Parada para almoço, jantar e preparo do chimarrão, que saboreamos já noite escura. Paramos já passado da meia-noite. Ainda cozinhamos lentilha e feijoada, onde adicionei salame, carne e batatinha, pois adentraríamos ao Chile no dia seguinte, que não permitem transportar alimentos crus, frutas e verduras.
4º dia, quarta-feira: passamos o túnel sob o rio Paraná, construído pelos ingleses. Se vê poucas plantações (costeando os morros), com pontes sobre rios secos, os quais apenas ao degelo das neves ganham vida. As águas das cordilheiras são também direcionadas para a irrigação frutífera.
Iniciamos a subida para o cruze, parando na Aduana de saída do país castelhano. Após o almoço iniciamos a travessia do Paso Internacional Los Libertadores, este com 130 km ao todo. Aos 3.175m de altitude adentramos um túnel, e ao passa-lo chegamos num espaço aberto, que comparei a um gigantesco balde de pedreiro, o fundo dele (foto). Da metade para diante já é solo chileno, adentrando outro túnel, a outra parede. Estudos apontam ter sido um grande vulcão, talvez um dos formadores da cordilheira. Ao fim da tarde mateamos na Aduana de Los Andes.
Quinta-feira a carga foi inspecionada, sendo considerada ideal entre -2 e 3ºC. Com o equipamento Thermo King (do baú) regulado para -1ºC, a carne estava a zero grau, para alívio do parente. No mesmo dia fomos até Santiago do Chile, 100km o sul, onde no entardece da sexta-feira procedeu-se a descarga. Já percorremos 2.150 km (Segue na próxima)
Sentimentos: Que a Academia Santo-angelense de Letras - ASLE externa pela passagem do poeta Braziliano de Lima. Após 89 anos de vida terrena foi cavalgar e declamar nas estâncias celestiais! Saibam seus quatro filhos, e netos, que deixa grande legado cultural, muito além dos quatro livros de poesias publicados.
Brechó Cultural: Em participação às atividades da Jornada Cultural aos 20 anos da Secretaria Municipal de Cultura de Santo Ângelo, a ASLE disponibilizará venda de livros, além de um sebo, estes para doações e troca troca, que denominamos de Brechó Cultural.
Para alcançarmos este objetivo, solicitamos sua participação doando seus livros engavetados, sejam estes de poesia, contos, crônicas, histórias, etc. As doações podem ser entregues aos membros da ASLE ou na recepção da Secretaria Municipal de Educação, na Rua 3 de Outubro.
Quando? No dia 17, domingo, das 7h até 19h. Até o meio-dia estaremos na Praça do Brique, e à tarde defronte o Anfiteatro Antônio Sepp, aguardando sua presença, e assim compartilharmos conhecimentos e experiências.
Humor: O casal de namorados se olhando... eis que ele fala para ela:
- Vamos fazer o que você está pensando?
- Nem inventa, seu doido!!!
Site: Otávio Reichert
Face= Otavio Geraldo Reichert
Fone wats: (55) 99118-2080 otavioreichert@gmail.com