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10/01/2019 18:57


Cabeça de Gumercindo Saraiva Foi Arrancada do Corpo

   Hoje muito se fala sobre a verdadeira saga que aconteceu após a decapitação do cadáver de Gumercindo Saraiva e a verdadeira praga que cobriu os homens envolvidos neste fato histórico, mas e o corpo? 
Em 2019 completa 125 anos de sua morte.
Nascimento13 de janeiro de 1852, Arroio Grande, RS. Hoje 167 anos.
Morte 10 de agosto de 1894 (42 anos) em Capão do Cipó, RS

   Gumercindo convocou e transformou os gaúchos pampeanos para deixar de ser tratados como a plebe rural, como bandoleiros, para torná-los respeitáveis combatente, ao criar o regimento dos "Dragões Infernais". 
   Fez deles, gente de "bota e potro", uma infernal guerrilha montada, com ordem de proverem-se de cavalgaduras e de armas de fogo nos arsenais do governo: de D. Pedrito a Cachoeira, de Encruzilhada a Quaraí. A gente do Gumercindo estava ao mesmo tempo em todos os lugares e em nenhum.
   "Parece mentira que esse trompeta chegou a estremecer a República!" Pinheiro Machado, um dos seus mais denodados inimigos, Senador pelo Rio Grande do Sul, ao ver sua cabeça.
   “A Cabeça de Gumercindo Saraiva”, baseado na obra de Tabajara Ruas e Elmar Bones ganhará as telas do cinema e será filmado  principalmente em Gravataí, mas com cenas distribuídas pelo Rio Grande do Sul. Como em Capão do Cipó, no distrito do Capão da Batalha local onde Gumercindo Saraiva foi Morto.
   A saga conta a história de capitão Francisco Saraiva, filho de Gumercindo. 
   A TRAMA
   A história acontece no final da revolução federalista de 1893, quando o capitão rebelde Francisco Saraiva (Leonardo Machado) e cinco cavalheiros cruzam o Rio Grande numa exasperante caçada para resgatar a cabeça do pai, Gumercindo Saraiva, cortada pelos legalistas e enviada para o governado Júlio de Castilhos, missão confiada ao major Ramiro de Oliveira (Murilo Rosa).
Marcada por perseguições e conflitos no final da Revolução Federalista, que ocorreu no século XIX no Sul do Brasil, a trama se divide entre dois grupos: os maragatos (federalistas), com representantes da família de Gumercindo, e os pica-paus ou ximangos (republicanos), centralizados na figura de Ramiro. Integram o elenco os atores Marcos Breda, Marcos Pitombo, Allan Souza Lima, Sismar Antunes, Zé Victor Castiel, entre outros.
   Numa realização da Walper Ruas Produções, o longa tem a participação especial do escritor Alcy Cheuiche, estreando como ator no papel de Aparício Saraiva.
   As gravações começam em outubro e a escolha por Gravataí deu-se pelas riquezas naturais que impressionam, além da proximidade com a capital que facilita o acesso da equipe de gravação. 
Porem o filme já nasce com a expectativa de mexer com fatos históricos.
   O longa acontece no final da revolução federalista de 1893, no RS, quando talvez o principal maragato Gumercindo Saraiva foi morto numa tocaia. 
   O escritor Tabajara Ruas e o jornalista Elmar Bones, fascinados pelo passado de seu estado, vasculharam arquivos, viajaram pelo interior e entrevistaram parentes e conhecidos do caudilho ou de seus contemporâneos. O resultado é um livro - com prefácio do presidente do Uruguai - no qual pesquisa e informação históricas ganham ritmo de um grande romance.
   "A Quem matam chamam bandido. A Quem morre chamam herói" - A. Silva Rillo
   Em 1893, Gumercindo Saraiva, coloca em risco a jovem república brasileira ao fazer diversos ataques contra pontos federalistas no Rio Grande do Sul à frente de 400 cavaleiros. Rapidamente torna-se o principal chefe militar da Revolução Federalista, o principal maragato da história, da mais sangrenta guerra civil da História do Brasil. Foram dois anos de conflito que deixaram um terrível saldo de 10 mil mortes e uma série de atrocidades, como a degola de prisioneiros nos campos de batalha. 
   Sua liderança teve iniciando em Dom Pedrito e se estendeu por todo o Riogrande, Santa Catarina chegando ao Parana.
   Até os dias de hoje, a personalidade de Gumercindo é cultuada pelos gaúchos dos dois lados da fronteira. O presidente uruguaio, Júlio Maria Sanguinetti, orgulha-se de ser seu descendente. O nome de Gumercindo sobreviveu cercado de lendas, muitas vezes contraditórias. Para muitos, foi apenas um bandido extremamente violento. Para outros, um grande herói que lutou em nome da liberdade com honras e nobreza.
   Relatos sobre como foi retirado sua cabeça e envia da Julio de Castilhos governador dos gaúchos na época, e como uma grande praga que se estendeu sobre todos os envolvidos na decapitação de seu cadáver. As descrições são várias, histórias e lendas que envolvem a todos e a cabeça de Gumercindo Saraiva. 
   Mas e seu corpo?
   Fomos buscar depoimentos e informações, pois este homem marcou a história do Riogrande e as cores dos lenços que usamos. E conhecemos vários descendentes de pessoas que viveram aqueles dias e os relatos mesmo acrescidos de emoção pelo herói que Gumercindo tornou-se nos levam a pequenos fatos que somados dão outro raciocínio sobre a versão oficial.
   A - Seu corpo estava enterrado há dias quando a cabeça foi decapitada; e seu corpo após foi arrastado e maltratado entre brincadeiras e ofensas até ser abandonado por um grupo de Ximangos para apodrecer. 
   B - O deslocamento a Porto Alegre levava mais de 7 dias;
   C - As discussões e comunicação para o despacho do que fazer com a cabeça, tinha de descansar, pois os mesmos tiveram de trazer de volta ao corpo, sendo assim no mínimo levou mais 10 dias para retornar, 
   D - Sua cabeça não era mais prioridade para unir-se ao corpo, sendo transportada por adversários;
   C - Sua família de Arroio Grande e Santa Vitória do Palmar, muito mais longe, literalmente após unir os restos mortais do maragato teriam de cruzar o estado até a região sul onde nasceu Gumercindo.
   E - Soma-se ao fato que a família de Gumercindo tenha medo de represálias e vinganças e não queriam os seus restos mortais.
   F - Após o vandalismo ao tumulo de Gumercindo os Maragatos queriam sepulta-lo em um lugar que lhe desse repouso e respeito, de fácil acesso, mas tudo muito discreto.
   G - A Revolução de 1893 não acabou com a morte de Gumercindo Saraiva esperava-se que o resgate de seu corpo ainda seria possível o transformando em um verdadeiro herói que era para os seus.
   H - Relato de descendentes dos que presenciaram e viveram os fatos descrevem que o corpo já em putrefação tinha de ser enterrado e por respeito e religiosidade foi enviado seu corpo para ser enterrado de forma discreta, para que só poucos revolucionários soubessem.
   I – Esses mesmos relatos de descendentes testemunhas e informações descrevem que foi escolhido o Cemitério do Itaroquem ( Em Guarani mais perto do céu ) foi escolhido por não ser tão perto e nem tão longe.
   J – Seu corpo foi colocado em sepultura de outra família para que fosse zelado por lindeiros até o fim da revolução.
   Trechos de relatos.
  Foi uma cena tenebrosa o que as tropas do chefe republicano Firmino de Paula cometeram. Descoberta a sepultura do caudilho federalista Gumercindo Saraiva, no cemitério do capuchinhos de Santo Antônio, dois dias depois de sua morte, ocorrida no Caroví em 10 de agosto de 1894, ordenaram sua profanação. Os seus restos mortais, dizem que amarrados numa estaca ou numa cruz improvisada, foram então expostos no portal do cemitério enquanto que os cavalarianos tiveram ordens de desfilar em frente aos despojos já carcomidos do inimigo. Ali estava "o bandido do Gumercindo", a quem as forças governistas perseguiam sem descanso há dezessete meses.
Notícia: Cabeça de Gumercindo Saraiva Foi Amputada e o Corpo Onde Está 
Vídeo: A Cabeça de Gumercindo Filme de Tabajara Ruas

Imagens das filmagens e arte desta história 
Muitos dos republicanos não resistiram ao ódio que os consumia e cuspiram sobre aquela massa amorfa de carne putrefata e pó. Ninguém como ele havia tanto atazanado o governo de Júlio de Castilhos (iniciado em 1891). Pinheiro Machado, um dos seus mais denodados inimigos, Senador pelo Rio Grande do Sul, ao vê-lo morto, teria dito: "Parece mentira que esse trompeta chegou a estremecer a República!" Criado, desde que nascera em 1852, numa fazenda uruguaia, no departamento de Cerro Largo, filho de um ilustre clã de oligarcas do Partido Blanco, vivendo naquela verdadeira terra de ninguém que era a fronteira uruguaia-brasileira de então, Gumercindo Saraiva soube, como nenhum outro caudilho daqueles tempos, levar os gaúchos à batalha, fazê-los travar "a guerra bárbara".
Fotos: Jair Facas Antigas, Murilo Rosa, Dulce Helfer, Ritieli Machado, A Cabeça de Gumercindo Saraiva e internet.
Fontes: 
*Gumercindo Saraiva, por João Antunes.  
*A cabeça cortada de Gumercindo Saraiva História do Brasil por Voltaire Schilling

*Gumercindo Saraiva Wikipédia, a Enciclopédia Livre

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