Nasceu em Jaguarão na sede da estância da família (Rincão dos Netto) no dia 24 de junho de 1854. Filho de Florisbelo de Souza Netto e Raphaela de Mattos Netto, era trineto de Dionísio Rodrigues Mendes por parte de mãe e também tinha como ancestral, Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera.
Ele trazia em suas raízes genealógicas sangue dos primeiros desbravadores e colonizadores do Brasil. Dioníso e Jerônimo de Ornelas são considerados os dois primeiros sesmarianos do Rio Grande do Sul.
Aos 12 anos, já em Porto Alegre, estudava no Colégio Fernando Ferreira Gomes, onde se encantou com a história romana e seus feitos militares.
Com 18 anos foi morar no Rio de Janeiro, onde ingressou na Escola de Engenharia do Exército, ficando lá por um ano. Depois voltou para retomar os negócios da família na República Oriental Del Uruguay.
Antevendo a queda do império, retorna ao Rio Grande do Sul e alinha-se às ações dos republicanos. Em 1892 é nomeado delegado de polícia em Camaquã onde depois de 4 meses recebe a patente de Tenente Coronel do Estado Maior da Guarda Nacional.
Na Revolução Federalista de 1893, teve forte atuação na região sudoeste do estado, atritado ambiente político do RS devido à constituição estadual extremamente positivista e concentradora de poderes no executivo, e a forma de Estado do Brasil, o qual, apesar de nominalmente federalista, portava-se como se unitário fosse. Os maragatos, então, pegaram em armas contra os pica-paus.
Irrompe a revolução de 1923, Netto alia-se ao movimento sendo o primeiro chefe a levantar-se em armas no sul rompendo-se do PRR - Partido Republicano Riograndense. Foi um dos maiores líderes maragatos.
Em 1924 se exilou no Uruguai, regressando em 1930; inicia a reconstrução de seus bens, depredados em sua ausência.
Em 1908, Netto, como homem metódico e empreendedor, mandou vir da Itália algumas famílias da região arrozeira daquele país, a fim de iniciar seus empreedimentos de forma racional. Com a experiência da agricultura do velho mundo, implantou a orizicultura sob a forma de parceria nas estâncias Galpões, Coxilha, Barra Grande e Granja Netto.
Zeca Netto usou os maiores Cabos-de-Guerra do mundo ocidental como fontes de inspiração para seus feitos militares. Dentre eles estão César, Alexandre, o Grande, e Napoleão Bonaparte.
Sua fama logo após a revolução de 1923 era cantanda nos galpões.
"Lá de trás daquele cerro
passa boi, passa boiada!
Também passa o Zeca Netto
no seu cavalo tordilho
com o toso a cogotilho
repontando a chimangada
como tropa de novilho."
Às sete horas do dia 22 de maio de 1948, na sede da Estância da Chacrá, impropriamente chamada de Forte Zeca Netto, faleceu aos noventa e quatro anos e foi sepultado no cemitério São João Batista em Camaquã, RS, onde repousa até hoje no mausoléu que mandara fazer em memória de sua filha que falecera anos antes, Anna Theotonia. O seu passamento teve repercução nacional.
Seu maior feito foi militar; a tomada de Pelotas pelas forças maragatas em 29 de outubro de 1923.
Ser gaúcho, é andar de bem com a liberdade!
"um chasqueiro virtual das tradições gaúchas"
Fonte Léo Ribeiro www.blogdoleoribeiro.blogspot.com
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