Em Bossoroca, por exemplo, no interior do município, muitas vezes, durante os velórios costumava-se carnear um bovino ou um ovino para alimentar as pessoas, que era um modo na cultura local para não dispersar as pessoas.
Os cemitérios mais antigos deste planeta são datados de mais de 60.000 anos A.C.
Enterrar os corpos humanos, ou seja, o sepultamento ou inumação era uma forma para preservá-los evitando que a putrefação pudesse atrair animais, porém o costume de velar surgiu na Idade Média onde, na vigília, colocavam o morto geralmente em cima de uma mesa.
O velório surgiu das velas, pois naquele tempo não tinha energia elétrica, quando as pessoas à noite seguravam as velas vigiando o falecido.
As religiões estabeleceram que o período para velar seja por 24 horas. O costume de sepultar partiu dos Hebreus.
Os sepultamentos a sete palmos tiveram sua origem na Inglaterra por volta do ano de 1800, devido a grande epidemia que assolou aquele país nessa época. Depois foi suspensa essa ordem sendo retomada novamente devido ao alto número de sumiços de cadáveres dos túmulos que eram vendidos para estudos patológicos nas universidades. Esse costume do sepultamento a sete palmos foi introduzido e adaptado aqui nas Américas.
Era muito comum na Europa e depois no Brasil a prática dos sepultamentos em igrejas.
Antigamente os velórios eram mais dolorosos em termos sentimentais e emocionais, pois haviam gritarias, choros, desmaios e sussurros.
Normalmente pelo período de um ano a família vestia roupas pretas, principalmente as mulheres. Os homens usavam uma tarja preta na manga ou no lugar do bolso da camisa.
Em 1823, foi iniciado o Cemitério da localidade de Igrejinha em Bossoroca e o Cemitério dos Cativos foi iniciado no ano de 1878.
No dia 10 de setembro de 1897, é que encontra-se o óbito número 1 registrado no Cartório em Bossoroca através do falecimento de Francisco Xavier Pedroso.
Os primeiros escultores que foram construtores de túmulos em Bossoroca foram o espanhol José Mugartegui e o italiano Domingos Ricardo Italiano entre 1860 e 1885. O túmulo de Manoel Elias Ferreira Antunes nascido em 1767 e falecido em 17 de julho de 1853, (avô do meu bisavô), túmulo esse que ainda existe no cemitério em Rincão dos Antunes em Bossoroca, foi feito por José Mugartegui.
Segundo pesquisas o maior cemitério do mundo é o denominado Wadi Al-Salaam, que fica no Iraque onde lá estão sepultados cerca de 5 milhões de corpos.
A partir de 1964, foi que a Igreja Católica permitiu que corpos humanos fossem cremados. Sabe-se que a cremação é muito antiga mesmo e teve seu início onde hoje é a Europa. No início do Cristianismo as cremações eram práticas rotineiras na cultura daquela época. Atualmente no Brasil o percentual de corpos que são levados aos crematórios gira em torno de apenas 1,5%.
Na atualidade existem caixões feitos com material biodegradável. Também existe a tanatopraxia que é uma técnica para conservar cadáveres.
O primeiro corpo sepultado no Cemitério Municipal em Bossoroca, foi de Loreley Nascimento Pereira.
No livro Causos da Bossoroca e de outras Querências, do desembargador e bossoroquense Adroaldo Furtado Fabrício há um causo com o nome de Outro Velório onde, se não estou enganado, em resumo, o desfecho é o seguinte: apenas quatro homens estavam numa casinha num fundo de campo velando o falecido e como o médico demorou para chegar então já que um trouxera uma garrafa de cachaça e o outro tinha um baralho no bolso decidiram tomar canha e jogar cartas. Retiraram o morto de cima da mesa e haja vista que ele já estava rijo então colocaram o morto em pé para escorar a porta.
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