Secretaria de Cultura, Turismo de Camaquã - Cruz Missioneira de São Miguel encontra-se no Museu Alziro Divino Beckel.
A Cruz Missioneira de São Miguel atravessou o tempo e ressuscitou histórias para contar.
Temperada com fogo e martelo nas antigas reduções jesuíticas do Paraguai do século XVIII foi olocada na torre da Redução de São Miguel. Por mais de um século nas alturas, a cruz simbolizou o que existe de mais sagrado dentro e fora do templo, a fé de seu povo. O povo foi expulso pelas guerras e o templo ficou abandonado. No ano 1846 Alfred Demersay desenhou a cruz. A cruz estava inclinada no orbe da torre do templo de São Miguel, quase caindo. Foi o seu destino. Mas a peça sagrada iria ressurgir em 1857 na pequena vila de Porto Alegre chamada São João Batista de Camaquã, na “Praça da Santa Cruz”. Desta foi transferida depois, com o mesmo nome, para uma gruta. Anos mais tarde, em 2013, Edison Hüttner e Eder Abreu Huttner retornando da barragem do Arroio Duro pararam na praça e observaram a cruz na gruta (erguida em 1957), as velas acesas. Ali foram tiradas as primeiras medidas da cruz. Assim teve início esta descoberta. Por meio do Projeto de Arte Sacra Jesuítico-guarani (PUCRS) uniram-se organizações e pesquisadores de várias áreas do conhecimento que com trabalho incansável e tecnologia utilizadas, revelaram sua verdadeira origem.
Do alto da torre de São Miguel à sobra da pequena gruta pedras brancas o símbolo sacro continuou perto do seu povo, sem distinção raça ou credo. Por isto e tantos acontecimentos a Cruz Missioneira de São Miguel representa muito: a) para a história da arte sacra internacional (Brasil e países do merco sul); b) para a arte sacra missioneira do RS, de modo particular a ruínas de São Miguel (tombado pela UNESCO em 1983);
A Cruz Missioneira de São Miguel continua perto de nós, irradiando para sempre a sua beleza.
Prof. Dr. Edison Hüttner
Professor da Escola de Humanidades da PUCRS.
Coordenador do Projeto de Arte Sacra Jesuítico-guarani da PUCRS.
Cursando Pós-doutorado em História pela PUCRS - com o tema: O caminho da Arte Sacra
Jesuítico-guarani no RS.