Notícias

15/02/2019 16:30


Otávio Reichert - INTEGRANDO 16/02/2019

Viagem (parte2): 18 Jan. 2019. Estamos em Santiago do Chile. Pelas 15h veio a mensagem (do patrão) de que iríamos carregar salmão em Chacabuco, mas somente no dia 25, portanto não havia pressa. O parente explicou que os salmões minguaram em Puerto Montt (1000 km), pois a água subiu 1ºC além de problemas nos cativeiros reprodutivos. Iríamos percorrer uns 3.000 km, retornar à Argentina pelo “Paso Cardenal Samoré”, descer até a Patagônia, para então, passando a Aduana de Balmaceda*, atravessar o cruze “Paso Huemules”, onde toda a cordilheira está em território chileno.
Voltando ao início, com a descarga finalizada pelas 23h, saímos da empresa e adentramos a Ruta 5, parando já na madrugada num dos seus paradouros, com pátios para dezenas de caminhões, existentes a cada 100 km, com “baños con ducha” quente, estes de grande importância, pois mesmo no verão passei frio (10 a 15ºC). Os paradouros são mantidos pelos pedágios, e o caminhoneiro tem até 36h sem justificar sua estada. No Brasil praticamente não há, e muitos postos “correm” aqueles que não abastecem ou fazem refeição
 Manhã seguinte, o que mais vi foram vales costeando as cordilheiras, com videiras, plantações de maçãs, pêras, cerejas, milho, kiwi, e muitas paltas, similar ao abacate brasileiro em sabor, porém bem menor de tamanho. Durante o descanso da desta noite (sábado, 19 Jan. após 22h) senti uma vibração no caminhão, e no dia seguinte soubemos do terremoto de 6,7 graus, resultando m dois mortos na capital chilena. No domingo atravessamos o belíssimo Paso Samoré, acompanhando inúmeras cruzes à beira estrada, a maioria de acidentes nas invernias. Paramos numa cruz que tem a chave do caminhão pendurada, marcando o local onde faleceu o trespassense Silmar Klein. 
Explique-se que o caminhão estava vazio, pois é vedado aos brasileiros fazer frete interno naquelas paragens. Trocamos reais por pesos argentinos e chilenos. 
Depois de passar por Bariloche, onde presenciamos grande incêndio, que estava sendo apagado pela equipe de bombeiros, caminhões pipa e reforço de helicópteros. Diga-se que as chuvas são raras naquelas regiões.
Paramos por mais de dia em Rio Mayo, onde as quase constantes ventanias sopram entre dois paredões montanhosos. De costume, fizemos as refeições junto às caixas do caminhão, driblando as lufadas de areia trazidas pelos ventos, e que fazem todo o comércio trabalhar com portas fechadas. Ficamos no único posto de combustíveis, que por ter Wi-fi e banho quente (R$ 2 p/banho) é tudo de bom para os caminhoneiros. Naquela cidade, de véspera, acontecera a “Fiesta Nacional de La Esquila”. Por que paramos? Liberação burocrática para seguir viagem.
Na quarta-feira percorremos grandes desertos da Patagônia, com 108 km de chão. A estrada atravessa as fazendas (+- 50 km), sendo as divisas feitas com “guardaganado”, mata-burros que inibem a passagem das ovelhas e guanacos, que gado pouco se vê, pois os ventos e a neve são cruéis.
No mesmo dia, contemplei as paisagens encantadores de Coyhaique e Aysen. Chegamos a Chacabuco, junto ao mar Pacífico, com o sol espiando, pelas 21h. Na inspeção de rotina, o parente viu um parafuso cravado num pneu, que trocamos antes mesmo que esvaziasse. Frouxamos os parafusos com um destorcímetro (foto), ferramenta particular do precavido parente.     
*Balmaceda: Aeroporto internacional, construído pelos ingleses por causa das Malvinas.

Brechó Cultural: Neste domingo, 17 de fevereiro, quando a ASLE, em participação às atividades da Jornada Cultural aos 20 anos da Secretaria Municipal de Cultura de Santo Ângelo, fará vendas, trocas de livros e até doações. Sua visita será bem-vinda ao gazebo da Academia.
Ler sempre vale a pena. Adote esta ideia!

Humor: O papagaio pousava defronte o painel do motorista. E de tanto acompanhar as ultrapassagens, foi pegando a manha: - Vai que dá!
Aos poucos o caminhoneiro pegou confiança nele, fazendo as ultrapassagens com a espiadinha do amigo. Certo dia o papagaio espiou e disse, em alto tom: - Vai que dá!
Não deveria ter acreditado. Quando viu a besteira que fez, gritou ao papagaio: - E agora, papagaio, o que é que eu faço?
- Você não sei, mas eu... vou sair voando... E bateu asas! 

Site: Otávio Reichert 
FaceOtavio Geraldo Reichert   
Fone wats: (55) 99118-2080  otavioreichert@gmail.com

EM DESTAQUE

Borraio Minhas Origens

Museu com peças das mais vairadas, aberto todos os dias. 

Saiba mais

Lagos Restaurante e Lancheria em Porto Lucena

Mais notícias

  • Aguarde, buscando...