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26/08/2018 16:23


TRONCOS AMERÍNDIOS, por João Antunes.

A manhã ensolarada do dia 25 de agosto ganhou mais brilho em Bossoroca com a exposição das estátuas TRONCOS AMERÍNDIOS feitas em toras centenários de pau-ferro (que na língua dos nativos significa ybiráytá ou ubiratã onde ubira é madeira e atan é dura)  feitas pelo bossoroquense  Marquito Moraes que é um artista polivalente, pois suas habilidades estendem-se como artesão, escultor, músico, poeta, compositor, declamador, pajador, escritor e também naturalista. Ele é um artista de ação intelecto-criativo e autodidata.
As estátuas têm duas variações de cores. Tem o pau-ferro de cor mais avermelhada e o pau-ferro de coloração mais escura, de cerne consistente, onde essa madeira é oriunda do serro de pedras (itacurus). As madeiras vêm da Fazenda Bela Vista de propriedade da família do autor. A fazenda situa-se no interior de Bossoroca, justamente num serro que tem um divisor de águas, pois de lá nascem quatro vertentes sendo três que deságuam no Rio Piratini e uma que deságua no arroio Barreiro e este no Icamaquã.
O artista levou seis anos para fazer as seis estátuas que contaram com a sua sensibilidade e habilidade no manuseio da goiva e do martelo assomados à inspiração divina. Marquito explicou que fazer esse tipo de estátuas é um trabalho que exige paciência, persistência e não pode errar nenhum detalhe sob pena de, se errar, perder a obra. 
Marquito é natural do Distrito de Timbauva situado em Bossoroca, local do berço natal de Jayme Caetano Braun. Nasceu dia 31-12-1962. Já nos seus primeiros anos de vida Marquito praticava o desenho livre com carvão nas paredes de um galpão. Trabalhou na Gráfica e Jornal A Notícia, de São Luiz Gonzaga. Fez viagens para vários Estados da Federação Brasileira participando de feiras e eventos ligados ao artesanato valorizando as suas raízes. Em 1988, lançou o livro “Esta terra tem dono?”. Em 2016, participou do quadro “Janela do Galpão”, no programa Galpão Crioulo, da RBS – TV. 
São do Marquito as criações “Troncos Missioneiros” imagens de Noel, Jayme, Cenair e Ortaça confeccionadas através de bico de pena. 
As estátuas Troncos Ameríndios retratam Sepé Tiaraju, Andrés Guacurari, Anahy, Nheçu, Nicolau Neenguiru e Ybiráytá, este último é fruto do imaginário do autor e representa um índio charrua.
O evento foi promovido pela Associação Cultural de Bossoroca e teve por local o novo prédio, um galpão, recentemente construído no pátio da Escola de Ensino Médio com o apoio da comunidade sob a liderança da incansável professora e diretora escolar Julia Homn que atualmente também preside a Associação Cultural de Bossoroca.
Foi um momento de confraternização cultural, festivo, solene e memorável que contou com a presença do prefeito municipal de Bossoroca José Moacir Fabrício Dutra e o vice-prefeito João Alberto Ourique Nascimento. Everton Botezelle Dutra, Secretário Municipal da Educação. Luiz Hevando Rocha Medeiros, Secretário Municipal da Fazenda.   José Alberto  Pereira,  presidente da Câmara de Vereadores e os vereadores Elói Batista, Leomar Ferreira, Rute Velloso e Albenei Carvalho. Anna Olívia do Nascimento, presidenta do IHGSLG - Instituto Histórico e Geográfico de São Luiz Gonzaga e também Ivone Ávila,  vice-presidenta e ainda a poetiza Irene Gomes membro e pesquisadora desta entidade. Julia Homn, presidenta da Associação Cultural de Bossoroca. João Antunes, presidente da Confraria do Icamaquã juntamente com as confreiras Mirian Manzoni e Fátima Nascimento Couras e os confrades Avelino Quevedo, Dilvar Marques, Fernando Machado, Marco Guerra e Luiz Hevando Medeiros. O escultor Vinícius Ribeiro. Dilvar Marques também representou o CTG Sinuelo das Missões onde é o atual patrão. Estiveram presentes o compositor Jorge Enio dos Santos e a poetiza Guiomar Batu dos Santos, o músico Mário Meira e sua esposa Maria Inês. A 1ª prenda mirim Vitória Rossi, do CTG Sinuelo das Missões. Jairo Velloso e demais membros da Associação Cultural. Professores e servidores da Escola de Ensino Médio. 
Também estavam presentes a senhora Denise esposa do Maquito, a sua filha Tayamã e a sua mãe Therezinha Moraes. O jovem músico Ruan, do projeto Resgatando Noel, da Secretaria Municipal de Assistência Social. Após os pronunciamentos foi servido carreteiro de charque preparado por Rubens Bertazzo e sua equipe e deu-se início às apresentações artísticas através do jovem Ruan, Albenei Carvalho e Mário Meira. 
As estátuas e suas representações:
- Sepé Tiaraju: corregedor de São Miguel das Missões e herói nacional.
- Nicolau Neenguiru: corregedor em Concepcion e líder guarani. 
- Andrés Guaracurari: guerreiro guarani nascido na Argentina, em Santo Tomé, e governador da Província de Missiones.
- Nheçu: líder indígena guarani e grande autoridade nas terras ao norte a oeste do Rio Ijuí.
- Anahy: índia missioneira que, dentre outras atividades, teve a missão de reorganizar o povo guarani.
- Ybyráytá: índio charrua fruto do imaginário do autor.
Bossoroca é hoje um dos municípios mais lembrados e cantados em versos no cenário rio-grandense-do-sul através dos vates Jayme Caetano Braun, Noel Guarany, João Luiz Bandeira da Silva e também por outros artistas contemporâneos que escrevem, cantam e valorizam suas raízes e nossos usos e costumes e agora abrem-se  outras fronteiras no campo das artes com o artista Marquito Moraes onde todas estas correntes fazem com que  Bossoroca, a Buena Terra Missioneira,  a cada dia cresça como uma espécie de referência cultural das Missões. 

Fonte: Acb Bossoroca 
Facebook = João Carlos Oliveira Antunes
Bossoroca (55) 9999-42970 joaoantunes10@terra.com.br 

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