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12/07/2022 08:11


Documentário produzido em projeto de professora da UFFS é exibido durante a 17º CineOp – Mostra de Cinema de Ouro Preto

O documentário, intitulado “MBYÁ REMBIAPÓ NHEMOMBE’U – ARTE MBYÁ-GUARANI E SUAS HISTÓRIAS”, foi realizado por meio do Programa de Extensão Universitária, coordenado pela professora da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Cerro Largo Bedati Finokiet. Atualmente, a professora é coordenadora adjunta de Cultura e do Núcleo de Estudos e Pesquisa Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do Campus Cerro Largo.

O curta, produzido em 2015, divulga a arte e as histórias dos Mbyá-Guaranis da comunidade Tekoá Koenju manifestadas por meio do artesanato. Aborda o processo de fabricação, desde a busca da matéria-prima na mata, moldagem e preparação das peças, até o momento de se deslocarem para as Ruínas de São Miguel – a 30 km da comunidade – onde vendem os objetos.

Segundo a professora Bedati, o documentário teve o objetivo de “dar visibilidade a esses saberes e fazeres dos Guarani, considerando-se que essa é a base da sua fonte de renda, além de mostrar o cotidiano da/na aldeia, onde a produção do artesanato não está separada da educação das crianças, da transmissão dos conhecimentos tradicionais e da sua cosmogonia e espiritualidade”, explica.

Todo o processo foi dirigido pelo cineasta indígena Ariel Ortega (Kuaray Poty), as imagens captadas pela indígena Patrícia Ferreira (Para Yxapy) e também pelo cineasta, e o roteiro foi escrito por Ralf Ortega (Vera Poty), Ariel Ortega e pela professora Bedati. A coordenadora do projeto destaca que o vídeo – desde a direção até sua edição – foi realizado por cineastas indígenas da própria comunidade Tekoá Koenju, integrantes do “Coletivo de Cineastas Indígenas” da ONG Vídeo nas Aldeias. “São cineastas reconhecidos internacionalmente pelos trabalhos que já realizaram”, diz.

A 17ª edição da CineOP ocorreu de 22 a 27 de junho, em Ouro Preto/MG. Dividido em três eixos temáticos, o evento destacou o cinema feito pelos povos originários. Foram exibidos 151 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens. Trinta e cinco foram realizados por indígenas pertencentes a 17 nações.

Estruturada em três frentes temáticas – preservação, história e educação - a CineOp teve versão presencial, depois de dois anos de realização on-line por conta da pandemia. O festival, dedicado a tratar o audiovisual como patrimônio, exibiu filmes vindos de oito países e de 21 estados brasileiros, distribuídos em oito mostras: Contemporânea, Homenagem, Preservação, Histórica, Educação, Mostrinha e Cine-Escola. Houve, ainda, o Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros e o Encontro da Educação: XIV Fórum da Rede Kino.

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