Video da Familia Ortaça cantando Timbre de Galo.
Reportagem conta a história de uma das musicas mais marcantes do cancioneiro gaúcho, descrita a letra e melodia a partir do relato do autor e intérprete Pedro Ortaça.
"O poeta é um repórter de seu tempo", costumava dizer Apparicio Silva Rillo. E manter acesas memória, identidade e cultura do povo gaúcho se tornou um lema para as letras do compositor, morto em 1995 devido a um câncer. Exemplo disso é o poema escrito por ele em 1988, que transporta quem não viveu em seu tempo a se sentir parte dele ao cantá-lo.
Timbre de Galo nasceu sob o título Como Sou. Os versos foram entregues ao amigo missioneiro Pedro Ortaça, que retirou estrofes, mudou o nome e ofereceu uma melodia que os ouvidos reconheceriam até se fosse possível retornar onde o Rio Grande começa, como sugere Rillo na canção.
— Certo dia, o Rillo me recebeu em casa e disse que tinha uns versos especialmente para eu musicar e gravar. Sentei na frente dele, só dei umas batidas na guitarra (violão) e já veio a melodia. Timbre de Galo é quase um hino ao Rio Grande — conta Ortaça.
O saudosismo nas palavras de Rillo reflete ações de um Rio Grande do Sul que já não existe mais, como aquele no qual os cantores expressavam, por meio da música, o que percebiam da sociedade.
— Os payadores (declamadores) desta terra andavam de pago em pago, cantando. Era como se fosse um jornal, que trazia as notícias de um mundo novo — explica Ortaça.
Vídeo, detalhes, entrevista de Pedro e Gabriel Ortaça nas Ruínas de São Miguel das Missões, produção da RBS-TV contando todo o ambiente e os assuntos que geraram uma das musicas que são símbolos do nosso folclore.
Reportagem de Roberto Azambuja, ZH.