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04/08/2018 09:26


Boleadeiras, por João Antunes

Boleadeira é uma arma primitiva de arremesso formada por bolas que podem ser de pedras, madeiras ou metal amarrados entre si por cordas onde cada corda mede geralmente um metro de comprimento e que lançada girando sobre si vai até o alvo desejado, ou seja, aos pés de um animal quadrúpede enquanto ele corre ocasionando a queda imediata facilitando para que o caçador possa imobilizar, capturar e matar a presa.
Para o perfeito arremesso é preciso colocar a manilha na mão, fazer os giros, soltar uma bola e depois a outra rumo ao alvo desejado.
As boleadeiras serviram para caçar animais bípedes destacando-se aqui o avestruz, que é uma ave não voadora, que pode atingir mais de 60 km por hora e originária da África.
Também existiram boleadeiras com duas e com uma bola. A expressão difundida, por exemplo, como “porrada” muitas vezes ditas pelo Faustão no seu programa televisivo vem do termo “porrón” em espanhol que é um objeto arredondado. Enfatizamos isto para descrevermos que a boleadeira de uma pedra só era chamada de popularmente de porrón. 
Pesquisas revelam que a boleadeira foi criada em 18 de fevereiro e 1603 e que teve uso em larga escala no pampa que envolve parte do Rio Grande do Sul e dos países vizinhos Uruguai e Argentino embora acredita-se que num tempo mais remoto ainda outros povos da África, Europa e Ásia e até mesmo no Chile possam ter usado este instrumento, que depois ficou esquecido. 
Os índios Charruas, Minuanos e Guenoas ou Guanoas tinham este instrumento como favorito para a caça do gado e cavalos selvagens (indomados) sendo assim veio deles esta herança. Enquanto os Guaranis eram excelentes para com as artes, os índios Charruas tinham extrema habilidade sob o lombo do cavalo.
As boleadeiras ou boleadoras em castelhano, que na verdade são uma espécie de funda ou fundíbulo, que na atualidade estão quase em desuso embora de muita serventia naquele tempo de antanho foram também, muitas vezes, de extrema crueldade chegando a rebentar ossos. E da mesma forma em que era utilizada para a caça de animais a boleadeira foi utilizada nas refregas e nas guerras. A boleadeira de uma bola só era utilizada para atingir a cabeça do inimigo. A boleadeira de duas bolas era mais utilizada para a caça de avestruzes, nhandus ou emas. A boleadeira de três bolas também era chamada de “Três Marias” numa referência às três estrelas que estão alinhadas no céu e que pertencem à constelação de Orion. Estas três estrelas têm o nome de Mintaka, Alnilan e Alnitak.
Na Groenlândia, povos primitivos, os esquimós, usavam boleadeiras mais leves que as chamavam de  “Yaqulegcurcuun” para a caça de aves em pleno vôo onde este tipo de boleadeira enrolava-se nas asas.
Sabe-se ainda que os Timucuans nativos da Flórida e da Geórgia nos Estados Unidos utilizavam boleadeiras. 
Lembro-me do nosso folguedo quando piás e os “tormentos” que dávamos no terreiro quando fazíamos boleadeiras com barbantes e sabugos para, com galhardia, “pealarmos” os galos e as galinhas até que nossos pais nos repreendessem por nossas artes. 
É lindo contemplarmos uma apresentação de danças com boleadeiras, pois o manuseio, a habilidade do bailarino é um belo espetáculo. 
Mesmo hoje sendo peças de museus as boleadeiras trazem, em si, uma história interessante em várias partes deste planeta. 
Site: Boleadeira Vídeo: Nego Betão,
Ensina a Usar Boleadeira
 
Notícia: Lendas, Costumes e Crenças do Chimarrão 
Endereço Portal: Escritor João Antunes
 poeta, historiador e compositor 
Facebook = João Carlos Oliveira Antunes
Bossoroca (55) 9999-42970 joaoantunes10@terra.com.br 
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