Resultado Oficial dos Concursos 2016:
""""Poesia Gauchesca Jayme Caetano Braun"""";
1º Lugar com a pajada “Sinuelo, Marca e legenda”
João Carlos Oliveira Antunes;
Afrânio Batista Marchi;
Jose Dirceu Dutra.
""""Causo Gauchesco Apparicio Silva Rillo"""";
1º Lugar com o conto O Mistério do Sino;
José Luiz dos Santos.
2º Lugar com o conto Ñhuporã
Renato Schorr
A premiação será dia 3 de dezembro de 2016 na Sede da Estância da Poesia Criola, na rua Duque de Caxias 1525, sala 49D, Porto Alegre.
SINUELO, MARCA E LEGENDA
01 - Lá do chão de Bossoroca
Que pertencera a São Luiz
Dom Jayme é o que se diz
Do mais belo panorama,
Um ser de luz, viva chama,
Esse doutor da pajada
Com a rima falquejada
Na sua filosofia
Enterneceu, com poesias,
Esta nossa pátria amada.
02 - Ele estrelou pelas rádios,
Jornais, palácios e praças,
Semeando, com arte e graça,
A temática nativa,
E a sua presença, altiva,
Ao “de redor” dos fogões,
Nas vivendas, nos galpões,
Em comícios, avenidas,
E nos palcos, desta vida,
Contagiando corações.
03 – Na sua excelsa virtude
Foi um inquieto ledor,
Literato de valor,
Perfeito nesta linhagem
Conhecedor da linguagem,
Homem de fibra e “tutano”,
Um “gigante”, um veterano,
Sabia muito da história,
De causos, jujos, estórias
E do viver campechano
04 - Legenda nobre, evidente,
Cerne e tronco missioneiro
Um expoente verdadeiro
Que lembrou à irmandade
Num conceito de verdade
Do que nós somos, afinal,
“águas del mismo caudal”,
Partículas do mesmo pó
“pois aqui é um Pampa só”
De imenso amor fraternal.
05 - O menestrel das Missões
No verso tradicional
Foi poeta fenomenal,
E de garganta afinada,
Que na força da pajada,
Bem coerente no acerto,
E escrita no rumo certo
Na eficácia que expande
Era o próprio Rio Grande
Qual um rio, que vai liberto!
06 - A riqueza da sua obra
Encarnava a realeza
E a primitiva rudeza
Que herdara do antepassado,
Seus versos privilegiados
Nessa essência, exata e pura,
Traz todo um quê de ternura
No jeito mais eloqüente
Que, adornando um repente,
Ninguém chegava à sua altura.
07 -O mestre dos pajadores
E tropeiro da cultura,
Missioneiro, espinha dura,
Uma vertente no improviso
Onde o verso, mais preciso,
Fluía na sua expressão
Mostrando que o nosso chão
Do índio, rude em seu trono
É o pago nas mãos do dono
E que detesta exploração.
08 - Eterno poeta gaúcho
Um condor, autodidata,
O pampa inteiro retrata
No que a sua obra encerra
Exemplo de amor à terra
Na xucra autenticidade,
Se tornou celebridade
Sendo fiel e coeso
Calor de sol, bem aceso,
Da gaúcha identidade.
09 - Pois trouxe, dentro de si,
Os sinos das catedrais
E a força dos mananciais
Com o sabor das vertentes,
Foi notório, e está presente
No altar das emoções
Um arauto em vibrações
Com voz gutural nativa
Em tantas lavras, ortivas,
Terrunhas emanações.
10 - Jayme Caetano, a tua rima
Sedimentou neste chão
Sementeira em profusão
Que a inflorescência irradia
Mestrado na sua poesia
Teve gáudio em bom afago,
De antanho trouxe o pago,
Foi tropeiro e foi artista,
Curandeiro e repentista,
Versejador, e um mago.
11-Eu paro, por um momento
E, em espírito, me comovo,
Mas recomeço de novo
Prá não calar tua essência
Bendita estrela - vidência
Que aqueceu a tua memória
Te transformou em oratória
De eterna jurisprudência
Em prol do pampa e querência
Teu berço de luz e glória
12 –Memorável pajador
De sapiente maestria
És eterno na poesia,
Irretocável legenda
Um misto de mito e lenda,
Mesmo estando nas alturas
Onde a tua obra pura
Há de continuar presente
Nos seguidores conscientes
Do teu rastro de cultura.
Letra: João Antunes, José Dirceu Dutra e Afrânio Marchi.
Notícia: Estância da Poesia Crioula Causos e Poesias;
Notícia: Estância da Poesia Gaucha Informa Concursos;
Notícia 03/12/16 - PREMIAÇÃO DOS CONCURSOS e APRESENTAÇÃO ARTÍSTICA